Vivemos em uma época de ampla participação política e social, mas, ainda assim, algumas pessoas se omitem ou são levadas a se omitir. Segundo o professor Ciro Marcondes Filho, a Ciência Política já se ocupou desse tema. Uma pesquisadora alemã estudou o fenômeno das pessoas serem levadas a se calar em sua teoria “Espiral do Silêncio”, na qual estudou o comportamento daqueles que preferem silenciar para não ficarem isolados e não sofrerem represálias.
Embora escrevesse sob o regime nazista, sua tese também pode ser aplicada em governos democráticos, e nesse caso ele cita um trabalho da psicóloga social Elza Pádua, a qual, no livro “Esquizofrenia Social”, publicado há cerca de dez anos, descreve a produção de um transtorno registrado em populações de sociedades democráticas. De acordo com a pesquisadora, em algumas situações, os meios de comunicação promovem um verdadeiro massacre de informações unidirecionadas, de forma a inibir as oposições.
Para ilustrar a tese, o professor Ciro cita o exemplo dos Estados Unidos, onde, no início do século passado, a imprensa, trabalhando em conjunto, conseguiu inverter a opinião das pessoas, as quais, inicialmente contrárias à guerra, passaram posteriormente a apoiá-la.
Citando o trabalho de Elza Pádua, o professor Ciro diz que esse tipo de situação cria um clima de histeria coletiva: as pessoas já não conseguem diferenciar o que é real do que é fruto da imaginação.