Pesquisas sobre transplante de fezes ainda não são suficientes

Especialista afirma que faltam informações sobre o procedimento, tornando-o arriscado em alguns casos

 31/01/2018 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 02/02/2018 às 7:21

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O transplante de microbiota fecal, ou de fezes, é um procedimento relativamente novo e pode soar estranho ao primeiro contato, mas vêm sendo estudado para o tratamento de algumas doenças, como a obesidade. O professor André Zonetti, gastroenterologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que existem vários métodos para realizá-lo. Um deles, por exemplo, envolve um tubo que entra pelo nariz do paciente, chegando até o intestino. Outro método é através do próprio exame de colonoscopia.

Bactéria fecal ampliada a 10,000x vezes – Foto: Domínio Público by Eric Erbe, digital colorization by Christopher Pooley, both of USDA, ARS, EMU via Wikimedia Commons

Zonetti conta que todas as pessoas começam a adquirir bactérias no intestino a partir do primeiro ano de vida. Teoricamente, o transplante substituiria as bactérias (microbiotas) de uma pessoa obesa pelas de uma pessoa saudável. Porém, ele enfatiza que a falta de informações ainda é muito grande. Sabe-se que é possível o transplante e que ele pode ajudar em algumas doenças do intestino, mas informações sobre um possível malefício a longo prazo ainda são escassas. Pode acontecer, por exemplo, como ocorreu com as transfusões de sangue na metade do século XX, que acabaram transmitindo Hepatite C para parte da população. Além disso, não se tem conhecimento, também, do tipo de microbiota certo para cada caso, existindo o risco de o procedimento ser combatido pelo próprio organismo.

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