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Pesquisa da USP é usada para melhorar a segurança de trabalhadores em vias férreas da CPTM em SP
Rodolfo Vilela fala sobre a pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública e explica a necessidade do projeto para um maior aprendizado e redução de acidentes na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
As atividades de manutenção nas linhas da CPTM já causaram muitos acidentes – Foto: William Droops/Flickr-CC
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo analisou acidentes envolvendo trabalhadores nas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), visando a uma melhoria da segurança desses trabalhadores. Com isso, a empresa recebeu uma sentença de indenizações trabalhistas, além de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) baseado no estudo.
Necessidade do projeto
Segundo o professor Rodolfo Vilela (FSP/USP), as atividades de manutenção das linhas da CPTM já causaram muitos acidentes — em 2011, houve nove acidentes fatais e foi aberto um inquérito para a análise desses casos. Com análises insuficientes até então, a FSP montou uma linha de pesquisa, com uma equipe multidisciplinar, para aprofundá-las e melhorar os estudos nesses casos e as condições dos trabalhadores.
“Nós montamos essa equipe não só para entender as causas mais profundas desses acidentes, mas também para transformar essa situação que propiciava um ambiente favorável a acidentes. Também tem uma relevância muito grande na confiabilidade da própria operação, envolve a segurança dos próprios usuários do sistema”, afirma.
Método de pesquisa
Em cooperação com a Finlândia, trazendo abordagens do método de laboratório de mudança, Vilela explica que a atividade realizada pela pesquisa ajustou e adaptou as análises para as condições e realidades nacionais. “Essa metodologia pressupõe um processo de aprendizado, então não é um processo de pesquisa tradicional que visa a produzir um conhecimento, ela produz também um processo de aprendizado interno para que as pessoas aprendam e transformem aquela situação”, complementa.
Sobre as identificações do estudo, o professor afirma que um dos problemas é a incompatibilidade entre a manutenção e a operação, já que as atividades do CPTM não se encerram durante o processo de ajuste das linhas, evidenciando a necessidade de medidas corretivas.
“Quando a gente fez essa negociação do Ministério Público com a empresa e com os pesquisadores, a ideia não era penalizar a empresa, seria como se fosse uma pena alternativa para melhorar o processo de trabalho, então foi feito um termo de cooperação com essa intenção, para fazer uma análise histórica e aprofundada”, finaliza.
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