Meninos começam a se proteger do HPV

O plano é ampliar a faixa etária, gradativamente, até que, em 2020, a vacinação seja oferecida na faixa etária dos 9 anos aos 13 anos

 09/01/2017 - Publicado há 8 anos

Acompanhe a entrevista da jornalista Simone Lemos com a médica infectologista Martha Heloísa Lopes, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP:

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Foto: Manu Dias/Visual Hunt

Foto: Manu Dias/Visual Hunt

Postos de saúde de todo o País iniciaram a vacinação contra o vírus HPV (Human Papiloma Virus) – que pode transmitir o câncer de colo uterino, além de outras doenças sexualmente transmissíveis – em meninos nas faixas etárias de 12 e 13 anos. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina para meninos em programas nacionais de imunizações.

A expectativa é de que mais de 3,6 milhões de meninos sejam imunizados no ano que acaba de se iniciar, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids, que também passarão a receber as doses. O Ministério da Saúde adquiriu 6 milhões de doses para a vacinação dos meninos em 2017. O plano é ampliar a faixa etária, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos de 9 anos até 13 anos.

Em entrevista para a Rádio USP,  Martha Heloísa Lopes, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que o HPV atinge tanto meninas quanto meninos, a diferença é que, no sexo masculino, a infecção, por ser assintomática, muitas vezes passa despercebida e não é diagnosticada, o que facilita a transmissão.

Hoje, são necessárias apenas duas doses para a imunização, ao contrário do que ocorria em um passado recente, quando eram utilizadas três doses no combate ao vírus do papiloma humano. Segundo a médica, estudos demonstraram que duas doses são suficientes para causar uma proteção eficaz.

Martha assegura que as vacinas, obtidas por engenharia genética, não causam efeitos colaterais, uma vez que são compostas a partir da parte superficial do vírus, não contendo o DNA do HPV, condição que permite uma forte resposta imunológica e, o que é melhor, com risco zero de se contrair a doença. “É uma vacina amplamente distribuída em todo o mundo, levou a excelentes resultados nos lugares onde foi usada, não é mais uma vacina nova. Ela é segura e altamente eficaz”, afirma.

Em Ribeirão Preto, a população tem feito fila nos postos de saúde. A procura é pela vacina da febre amarela. No início do mês, a Secretaria da Saúde confirmou a morte de um homem pela doença. É o primeiro caso de febre amarela na cidade, depois de 30 anos.

Por outro lado, a procura também é por vacina contra o HPV. O Ministério da Saúde adquiriu 6 milhões de doses para vacinar, nesta fase, cerca de 3 milhões de meninos entre 12 e 13 anos de idade. Até o ano passado, a vacinação era feita apenas em meninas. Com isso, o Brasil passou a ser o primeiro país da América do Sul a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunização.

A enfermeira Mayra Fernanda de Oliveira, coordenadora do Programa de Imunização de Ribeirão Preto, tranquiliza a população. Segundo ela, há estoque de vacinas para atender à demanda. Ela falou também do caso de febre amarela que matou um morador da cidade.

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