A Biblioteca do Trinity College, em Dublin – eleita em 2015 a biblioteca mais bonita do mundo, segundo votação on-line promovida pelo site Architecture and Design -, foi o tema da coluna da professora Marisa Midori, “Bibliomania”, que foi ao ar no dia 19 de maio.
Fundada em 1592 pela rainha Elizabeth I, com o objetivo de prover a população de boa leitura, numa época em que a Igreja Anglicana se expandia, a Biblioteca do Trinity College teve início com acomodações muito modestas, assim como seu acervo, lembrou a professora. A coleção foi enriquecida com a compra da biblioteca de James Ussher, primado da Irlanda e apaixonado bibliófilo, descobridor do Livro de Kells – publicação que data do ano 800 e que é o mais raro e mais cobiçado livro da cultura irlandesa.
Em 1732, foram inauguradas novas instalações da Biblioteca do Trinity College, acompanhando o aumento do acervo.
Em 1842, quando o acervo já contava cerca de 90 mil volumes, o Parlamento de Londres instituiu o depósito legal sobre todos os livros publicados nas ilhas britânicas. A biblioteca passou a ter o direito de receber um exemplar de cada obra publicada. Com isso, ela passou a receber de mil a 2 mil volumes por ano.
Em 1856, o teto original da biblioteca foi substituído por uma imensa abóbada. Com essa medida, houve um ganho do pé-direito do edifício, que recebeu mais um pavimento de estantes, onde puderam ser acomodados outros 86 mil volumes. “Como resultado, o que se vê é uma sala oblonga de dimensões colossais, percorridas por colunas distantes, alcovas e bustos de pensadores que marcaram toda a cultura ocidental”, descreve Marisa. “Causa até um certo estranhamento, porque os móveis são escuros e a biblioteca manteve o estilo de biblioteca de alcovas, que tinham salas escondidas entre as estantes para a leitura silenciosa.”
Ouça no link acima a íntegra da coluna da professora Marisa Midori.