De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia, cerca de 20 milhões de pessoas têm asma no Brasil. Ainda segundo o estudo, entre 5% e 10% destes casos são graves. Nos últimos tempos, o tratamento da doença evoluiu, admitindo o uso de imunobiológicos para seu combate.
“O tratamento imunobiológico é complementar ao uso de corticoide inalado. A base do tratamento da asma é o uso do corticoide inalado diariamente, podendo ou não estar associado a um broncodilatador de longa duração”, aponta a professora Regina Carvalho Pinto, médica assistente de Pneumologia do InCor do Hospital das Clínicas da USP, explicando que os imunobiológicos aparecem em casos graves, em que nem corticoides nem o broncodilatador são suficientes para o controle da doença. Tudo isso após uma avaliação sistematizada do paciente.
Os imunobiológicos são medicamentos que atuam de forma mais específica em vias inflamatórias da asma, promovendo o bloqueio de substâncias como as citocinas – tipo de proteína que pode estar associada à inflamação. A professora Regina explica que não há somente um tipo de imunobiológico, tendo uso específico para pacientes com a asma alérgica, por exemplo. “Na dependência das características principais do processo inflamatório que esse paciente apresenta, você vai escolher um imunobiológico ou outro. Eles não são universais para o mesmo paciente.”
“Os estudos mostram que se deve fazer uma avaliação do paciente por volta do terceiro ao sexto mês após o início do tratamento com imunobiológicos, para observar como foi a resposta a esse tratamento. Em alguns casos, podemos estender essa avaliação a até um ano. Se o paciente respondeu bem ao tratamento, ele teoricamente vai usá-lo para sempre, por tempo prolongado. Mas não existe um tempo predeterminado. Sabemos que o tratamento a longo prazo é seguro para aqueles pacientes que responderam bem”, afirma a professora Regina, indicando que esses medicamentos só têm o potencial de substituir o uso dos corticoides sistêmicos, aqueles tomados por via oral ou intravenosa, cuja capacidade de gerar efeitos colaterais significantes é maior.
“Todos os pacientes com asma, independentemente da sua gravidade, devem usar o seu tratamento diariamente, de acordo com a prescrição médica. Ter aderência ao tratamento e usar o dispositivo com técnica adequada são importantes para o controle da doença”, explica a professora Regina. Além disso, vale lembrar que evitar a exposição a fatores que podem desencadear sintomas da doença, como mofo e poeira doméstica, e praticar exercícios físicos também são formas importantes de controlar a asma, reduzindo o processo inflamatório pulmonar.
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