Nesta semana, o professor Octávio Pontes Neto fala sobre as alterações do Conselho Federal de Medicina (CFM) para o diagnóstico de morte encefálica no Brasil. O professor conta que a legislação do País está entre as mais conservadoras e rigorosas do mundo. Segundo Pontes Neto, normalmente, é necessário exame clínico que conta com teste de funcionamento do tronco cerebral, dos nervos cranianos e exames complementares para demonstrar a ausência de atividade elétrica, fluxo sanguíneo e atividade metabólica do cérebro.
No Brasil, conta, eram necessários dois exames com intervalo de pelo menos seis horas e realizados por dois médicos neurologistas ou neurocirurgião sem relação com a equipe de transplante. Entre os exames complementares exigidos estavam a angiografia e o doppler transcraniano, que demonstra a ausência de fluxo sanguíneo, ou o encefalograma, que detecta a ausência de atividade cerebral. “Esses exames não são usados em países da Europa e nos Estados Unidos, somente em casos de dúvida.”
Para Pontes Neto, a principal mudança na nova resolução foi a flexibilização da obrigatoriedade de um neurologista ou neurocirurgião para fazer o exame clínico. Ele afirma que essa alteração atende regiões que têm carência de profissionais nessa especialidade e que, agora, é exigido um examinador capacitado. Dessa forma, explica, é importante trabalhar na capacitação e na formação dos médicos.
O professor ainda ressalta que o diagnóstico adequado e rápido de morte encefálica não é necessário apenas para aumentar a quantidade de potenciais doadores de órgãos, mas para levar conforto à família que recebe o prognóstico da situação do ente querido. “É importante que esses conceitos sejam mais bem divulgados e discutidos pela sociedade.” Ouça acima, na íntegra, o comentário do professor Octávio Pontes Neto.
Por: Giovanna Grepi