O cordão umbilical dos recém-nascidos possui um número significativo de células-tronco hematopoéticas, fundamentais no transplante de medula óssea, as quais podem salvar a vida de pacientes que não possuem doadores na família e, principalmente, em casos de falta de compatibilidade ocasionada pela diversidade da população brasileira.
Para garantir que, no futuro, a criança que possa precisar de transplante tenha material compatível para essa finalidade, surgiram os Bancos de Cordão Umbilical. No Brasil, são 13 bancos vinculados a maternidades de hospitais públicos que armazenam o sangue do cordão umbilical de recém-nascidos. Um deles no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde são realizadas doações alogênicas, que são as doações de uma pessoa para outra. Nos bancos privados, que cobram pelo armazenamento, o sangue é para uso autólogo, ou seja, para casos em que a própria criança venha a ter um problema que necessite de transplante de medula óssea.
Todos os bancos públicos alimentam sistemas como o Redome, que registra os doadores voluntários, e o Rereme, que registra os receptores de medula óssea. E ainda existe a Rede BRasilCord, que reúne todos os Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário. Esses sistemas são coordenados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O médico Gil Cunha De Santis, hematologista do Setor de Apoio Médico do Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, explica que os doadores passam por procedimento semelhante ao do sangue, além de testes que são feitos no próprio cordão para avaliar o volume de células presentes. “Depois da fase de coleta, esse sangue é congelado e mantido em temperatura ultrabaixa, podendo ser armazenado por décadas.”
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