Compartilhamento de bens tende a crescer e oferecer mais opções

De acordo com especialista, conceito é solução interessante para utilização de bens, sem necessidade de compra

 14/09/2018 - Publicado há 6 anos

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A economia do compartilhamento parte do princípio de que, para usufruir de um bem ou produto, uma pessoa não precisa adquirir esse bem ou produto. Ela paga apenas pelo seu uso. O conceito vem ganhando espaço, inclusive na construção civil, com iniciativas muito interessantes. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e do Procam-Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP,  e coordenador da Rede Internacional de Estudos sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade, falou sobre a economia de compartilhamento.

Segundo o especialista, embora seja uma tendência recente, algumas iniciativas de uso compartilhado já estão consagradas, como é o caso da utilização de carros por aplicativos. Do mesmo modo, o uso de bicicletas compartilhadas vem ganhando espaço. Há iniciativas recentes que podem disseminar ainda mais esse modelo. Construtoras vêm utilizando o conceito para colocar à disposição de moradores de condomínios veículos para uso comum. Assim, reduz-se o número de vagas da garagem, barateando o custo final do imóvel. A adesão ao modelo depende da decisão dos moradores, que, se concordarem, terão os veículos oferecidos por uma empresa terceirizada. O usuário aluga o veículo por meio de um aplicativo e paga pelo seu tempo de uso. Pedro Luiz Côrtes comenta que montadoras como a GM e Nissan já estão trabalhando nesse conceito, pois verificaram que é algo que só tende a crescer.

Foto: Snow Blind via Flickr – CC

Além do compartilhamento de veículos, há construtoras que oferecem ferramentas compartilhadas para os moradores. O professor exemplifica que uma pessoa que possui uma furadeira a usa pouquíssimas vezes. Quando o condomínio fornece, o custo é reduzido para cada pessoa. “Essas soluções são interessantes porque as pessoas podem usufruir de um bem sem comprá-lo”, afirma.

Ele ressalta outro aspecto importante: pode-se pensar que a economia do compartilhamento diminuirá os postos de trabalho nas indústrias, mas na verdade, segundo o especialista, o que ocorreria seria uma transferência dos postos de trabalho do setor industrial para o de prestação de serviços, pois há uma necessidade de gerenciar os bens compartilhados e prover sua manutenção. “O compartilhamento é uma tendência muito forte e cada vez mais novas opções vão aparecendo”, finaliza.

Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

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