Nesta semana, o professor Octávio Pontes Neto fala sobre cefaleia em salvas, uma cefaleia primária que pode ser considerada “prima” da enxaqueca. O quadro da cefaleia em salvas provoca dor intensa e desesperadora, mas tem tratamento. Diferente da enxaqueca, 85% dos casos acontecem em homens, com idades entre 20 a 40 anos, e é tipicamente de um lado só da cabeça, com crises que se repetem dia após dia durante um período.
Pontes Neto explica que, geralmente, são casos de quadros com caráter periódico na mesma época do ano, e as crises surgem, dia após dia, de um lado só do rosto, atrás do olho. “As dores de cabeça se apresentam associadas aos sintomas autonômicos, do mesmo lado, como hiperemia conjuntival, quando o olho fica vermelho, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, a pupila fica pequena do lado da dor. Esses sintomas costumam durar de 15 minutos a 3 horas e podem acontecer várias vezes por dia.”
Ainda segundo Pontes Neto, o tratamento da cefaleia em salvas é diferente do tratamento da enxaqueca. Ela frequentemente responde à administração de altas doses de oxigênio por via inalatória, por máscara facial em altos fluxos, e adicionalmente é possível tratar a crise aguda com medicamentos como o Sumatriptano subcutâneo.
O professor finaliza dizendo que, além desse tratamento na fase aguda, também é necessário iniciar tratamento de transição, com medicamentos como o corticoide, triptanos ou profiláticos, como verapamil, anticonjuntivantes, topiramato. “Medicamentos que vão evitar ou tentar amparar as crises que vêm se repetindo dia após dia e tentar reduzir esse ciclo, diminuindo ou interrompendo, além de evitar que novas crises de cefaleia comecem novamente.” Ouça acima, na íntegra, o comentário do professor Octávio Pontes Neto.
Por: Júlia Gracioli