O banco de leite humano tem a grande finalidade de incentivar e manter a lactação - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Banco de Leite Humano do HC incentiva a lactação e a importância da sua manutenção

Valdenise Calil afirma que doenças e infecções em recém-nascidos podem ser prevenidas com o uso do leite coletado ou doado

 18/04/2022 - Publicado há 2 anos

Autor: Redação

Arte: Guilherme Castro/Jornal da USP

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O leite materno é imprescindível para a nutrição de recém-nascidos, principalmente os prematuros, e previne doenças infecciosas. Valdenise Calil, pediatra e coordenadora-médica do Banco de Leite Humano do Hospital das Clínicas da USP, fala em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição sobre a finalidade e a importância do banco de leite humano para os recém-nascidos e as mães. 

“O banco de leite humano tem a grande finalidade de incentivar e manter a lactação, especialmente nas mães dos recém-nascidos de risco que não podem sugar o leite diretamente nas mamas, ou seja, dos recém-nascidos prematuros, e também aqueles que são portadores de malformações congênitas”, explica a pediatra. De acordo com ela, o leite das mães pode ser extraído e armazenado e, no momento em que o bebê precisa mamar, o leite é aquecido e fornecido para o seu filho.

Caso a mãe não tenha uma produção suficiente de leite, Valdenise informa que é possível utilizar o leite humano ordenhado e pasteurizado, vindo de outras doadoras, o qual mantém quase 100% dos nutrientes e cerca de 70% dos fatores de defesa. 

Valdenise Calil - Foto: Arquivo Pessoal

Valdenise Calil - Foto: LinkedIn

“Ele [leite] vai precisar desse procedimento, que é a pasteurização, para eliminar bactérias e vírus que sejam patogênicos eventualmente. Quando o leite é da própria mãe, até 15 dias pode ficar congelado. Depois ele tem que ser pasteurizado também. Quando o leite é de outras mães para aquele bebê, ele só pode ser utilizado pasteurizado”, afirma.  

Um progresso

Segundo a pediatra, doenças do trato digestivo, respiratórias, intestinais e outras infecções podem ser prevenidas com o uso do leite humano, e as taxas de mortalidade em recém-nascidos, reduzidas. Além disso, conforme esclarece Valdenise, a possibilidade de diminuir o uso das fórmulas lácteas a partir do banco de leite também é benéfica: “As fórmulas lácteas, além de não serem ideais para a nutrição desses recém-nascidos, têm um custo grande para o hospital. Nós vamos elevar a qualidade de saúde desses recém-nascidos e otimizar o desenvolvimento neurossensorial e cognitivo deles a longo prazo. Elas serão crianças com maior nível de inteligência”. Ela revela que crianças que recebem cedo a quantidade ideal de leite materno evoluem com maior QI.  

Para a médica, o banco de leite humano significa um avanço em relação ao posto de coleta de leite materno que antes existia: “As mães extraíam seu leite e ele só podia ser utilizado cru. O leite cru na geladeira pode permanecer por até 12 horas para essas crianças internadas no hospital. Nós não tínhamos nem um freezer nesse ponto de coleta, então o leite que ultrapassasse 12 horas era desprezado. Só o leite da própria mãe podia ser utilizado e agora nós podemos começar a pasteurizar o leite”.


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