O Stockholm Peace Research Institute, organização sueca responsável por realizar pesquisas científicas sobre conflitos e auxiliar na busca da segurança internacional, divulgou na última semana um levantamento sobre a comercialização de armas em âmbito mundial. Os resultados são os piores possíveis: desde a época da Guerra Fria, o mundo nunca havia comprado e vendido tanto armamento.
O período entre 2012 e 2016 foi o responsável por este recorde negativo. Contrariando toda a política de desarmamento, a Índia foi o país que mais adquiriu material bélico, com cerca de 13% de toda compra mundial, e em seguida vem a Arábia Saudita, que aumentou suas aquisições em cerca de 212% quando comparadas às dos cinco anos anteriores, entre 2007 e 2011.
Impulsionados por conflitos no Oriente Médio e uma falta de controle regional no comércio de armamentos na Ásia, os Estados Unidos permaneceram como maiores fornecedores, vendendo cerca de um terço de todo o armamento mundial. A lista segue com Rússia, China, França e Alemanha. Estes cinco países juntos correspondem a 75% de toda a venda de armas do planeta.
Para debater os motivos e consequências de uma sociedade cada vez mais armada, a Rádio USP conversou com Rafael Duarte Villa, professor do Departamento de Ciência Política (DCP) e do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP. Ouça acima o áudio da entrevista.