Diversos fatores influenciam para determinar o local para qual o indivíduo irá viajar — como a presença ou não de praia, pontos turísticos, monumentos históricos, museus e tantos outros. Nesse sentido, já percebeu a importância da gastronomia para o turismo? A vontade de experimentar as comidas típicas de uma região, ou, até mesmo, conhecer a origem de algum alimento popular são motivadores de viagens.
O Programa Nacional de Turismo Gastronômico – Gosto Pelo Brasil, lançado pelo Ministério do Turismo no ano de 2022, tem o objetivo de desenvolver o turismo gastronômico e efetivar o País como um destino de excelência nesse segmento. O projeto destina recursos a estabelecimentos do ramo alimentício para fortalecer a riqueza das múltiplas culinárias existentes no Brasil e, dessa forma, impactar o aumento de turistas que viajam em busca de conhecer, por meio dos alimentos, culturas diferentes.
Com o mesmo objetivo, a agência responsável por divulgar o Brasil internacionalmente, a Embratur, lançou o Desafio de Turismo Gastronômico para impulsionar a criação de rotas gastronômicas, que consiste em uma competição para identificar empresas inovadoras na área — devem propor soluções que objetivem a criação de experiências autênticas, o aprimoramento tecnológico e o desenvolvimento econômico. Os principais eixos de atuação foram o mapeamento de atrações e destinos nacionais, a montagem de roteiros e o destaque das experiências individuais relacionadas à gastronomia local.
Diversidade
A diversidade da culinária e da cultura no Brasil influenciam no ato de comer e na comida em si: “Um mesmo ingrediente pode ser usado de formas totalmente diferentes, dependendo das características culturais e da formação de cada comunidade”, explica Renan Augusto Moraes Conceição, doutorando em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo. Essa grande riqueza que compõe a gastronomia brasileira torna o País um destino turístico muito visado, tanto para os brasileiros — que querem se aprofundar cada vez mais na história — como para os turistas estrangeiros.
Isso está ligado ao fato de a alimentação desempenhar um papel importante para a hospitalidade, o ato de receber e acolher outro indivíduo: “Não à toa, o oferecimento de comida e bebida como ato de acolhimento é uma das mais antigas formas de hospitalidade, descritas até mesmo nos textos religiosos mais antigos”, complementa o especialista.
Além disso, a gastronomia está relacionada às memórias individuais e coletivas, uma vez que os alimentos podem desencadear processos de lembranças e, assim, foi convencionado o termo comfort food. Segundo Conceição, é um tipo de gastronomia baseado nas formas de preparo culinário mais tradicionais: “O setor de alimentos e bebidas pode oferecer, em um nicho específico de mercado, pratos fora do comum e sem tanto apelo comercial, fugindo do que é mais amplamente esperado nos menus dos restaurantes, para oferecer verdadeiras imersões culturais e afetivas”.
*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo
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