Com o título “Desconstruindo o sistema imunológico através de mutagênese germinativa aleatória”, a palestra do vencedor do Prêmio Nobel de Medicina em 2011, Bruce Beutler, reuniu aproximadamente 500 pessoas no Centro de Convenções Rebouças, na última terça-feira, dia 27 de outubro.
Falando para uma plateia formada principalmente por jovens pesquisadores, Beutler contou um pouco de sua trajetória profissional, da experiência como pesquisador e das descobertas científicas que deram a ele o Prêmio Nobel. Também revelou a importância da influência que recebeu de seu pai, Ernest Beutler, um renomado pesquisador na área de hematologia, com quem esteve no Brasil em uma visita à USP quando ainda era adolescente.
Promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa, em parceria com o Nobel Media e a empresa farmacêutica Astra Zeneca, o evento faz parte do Nobel Prize Inspiration Initiative (NPII), um programa global que leva premiados pelo Nobel para universidades e centros de pesquisas a fim de inspirar e envolver jovens cientistas, a comunidade científica e o público.
“Essa é uma importante iniciativa porque dá aos jovens pesquisadores a oportunidade de ter contato com um cientista cuja descoberta apontou para uma área de estudo até então muito pouco explorada. É inspirador ver o que um pesquisador é capaz de fazer com persistência e um pouco de sorte”, disse o reitor Marco Antonio Zago.
Vários pesquisadores e dirigentes prestigiaram o evento. Para o pró-reitor de Pesquisa, José Eduardo Krieger, “embora a ciência demande uma interação constante, em diferentes níveis, não é muito frequente um evento reunir tantos colegas de diferentes campos. Isso mostra a importância desse evento”.
Bruce Beutler é professor de genética e imunologia no Instituto de Pesquisa Scripps, na Califórnia. Ao lado de Jules Hoffmann e Ralph Steinman, parceiros no prêmio Nobel, achou a chave de ativação do sistema imunológico. Beutler e Hoffmann descobriram proteínas no corpo que reconhecem micro-organismos invasores e ativam seu sistema de defesa, enquanto Steinman descobriu as células dendríticas e sua capacidade única de ativar e regular as fases finais da resposta imunológica, quando o organismo “se livra” de seus invasores.
(Foto: Geraldo Lima)