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Nesta sua coluna, José Eli da Veiga recomenda um vídeo, gravado na terça-feira pelo Instituto de Estudos Avançados, cujo tema é Antropoceno, mais precisamente, segundo ele, a crise existencial pela qual a ideia de Antropoceno está passando. “Este é um assunto que me parece fundamental para o ensino, não só na universidade, mas talvez até mais no ensino médio, particularmente, no que se refere a disciplinas como a história e a geografia.” Os participantes vão debater uma questão que parecia já estar estabelecida, ou seja, a de que estamos no Antropoceno, algo que, ao que parece, não é consensual entre os geólogos. “Porque, afinal, a tabela do tempo a que se refere a época do Antropoceno é a tabela geológica, tabela da geociências, tabela do tempo da história da terra. Então, não está claro como isso, que a gente está chamando de crise existencial, vai ser superada, ainda não há certeza sobre isso”, avalia o colunista.

Como participantes estão convidados os historiadores Silvia Figueiroa, da Unicamp, e José Augusto de Pádua, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “A conversa, com certeza, deve interessar muito todos os que, de uma forma ou de outra, lidam com essa noção de Antropoceno. Será que nós vamos poder continuar usando, depois desse veto que a grande organização dos geólogos tomou recentemente? É bem provável que, nas humanidades, a expressão continue a ser usada, embora esse sufixo ‘ceno’ pertença à geologia, mas a ideia já está tão assente, tão baseada numa ideia anterior da história ambiental, que é a grande aceleração; quer dizer, associou-se tanto o início do Antropoceno à grande aceleração, que o mais provável é que sim, a gente continue a necessitar muito do emprego dessa expressão, daí a importância de assistir a esse vídeo.”

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