O Ímpar – Laboratório de Gênero, Sexualidade e Estudos Críticos da Família, ligado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), organizará na próxima quarta-feira (27), às 18 horas, o seminário on-line (via Google Meets) Mulher vs Gênero. O debate parte de um questionamento em relação aos efeitos políticos e teóricos de uma política feminista centrada na noção de “mulher” versus uma política feminista estruturada pelo conceito de “gênero”. A realização do evento é do Departamento de Sociologia da FFLCH.
O encontro terá a mediação de Marília Moschkovich, professora do Departamento de Sociologia e coordenadora do Ímpar, e será focado em perspectivas de pensamento a partir da categoria de gênero, que passou a mediar uma série de políticas públicas e novas formas de investigar a sociedade. Como convidada, a militante travesti Amanda Palha, da Associação Nacional de Travestis e Mulheres Trans de Pernambuco (Antra). Ela assinou a orelha da edição brasileira do livro Quem tem medo do gênero?, escrito por Judith Butler, filósofa conhecida por pesquisar e abordar temáticas feministas, envolvendo teoria queer e questões de gênero.
Em seu livro mais recente, lançado em 2024 pela Editora Boitempo, a filósofa aborda como as discussões em torno do gênero passaram a ser usadas em discursos conservadores e reacionários a fim de conquistar apoio para projetos políticos autoritários, fascistas e excludentes. “Judith Butler trata de um momento em que houve o acirramento de um movimento internacional que persegue qualquer uso do conceito de gênero e faz uma reivindicação de que é um conceito problemático. Há grupos conservadores, religiosos e de extrema direita que estão envolvidos nesse movimento antigênero, que também se autodenomina movimento contra ideologia de gênero em vários países”, pontua Marília.
Sobre o Ímpar
O Ímpar é um laboratório de estudos recém-fundado e comemora seu primeiro ano de existência com a realização de diversos seminários mensais on-line e abertos para o público. Os temas trabalhados são voltados para a área de ciências sociais e humanidades a partir de uma abordagem transdisciplinar. Nesse espaço, os pesquisadores que compõem o grupo produzem conhecimento crítico sobre a instituição família e sua função na organização da vida social. As pesquisas também envolvem questões de gênero, sexualidade, práticas sexuais e relacionamentos fora do eixo monogâmico.
“A ideia desses seminários abertos ao público é disseminar conhecimento científico em ciências humanas para um público mais amplo do que o público especializado do laboratório. É uma forma de envolver outras pessoas nas discussões do laboratório, para além do âmbito acadêmico”, afirma.
Para participar, é necessário se inscrever pelo link até as 13 horas do dia do evento. O seminário será totalmente on-line e o link da sala será enviado aos inscritos até 2 horas antes do início.
Mais informações: mariliamoscou@usp.br