A cantora Nã Maranhão apresenta uma espécie de tribuna da diversidade, onde seu canto busca na miscigenação dos grupos raciais o samba como a polissemia multiculturalismo da música brasileira. Seu projeto léxico-musical indica para uma negação incansável contra a verticalidade autoritária do euro-hetero-macho-autoritário. Com a força coletiva do samba que é apresentado com nuances do jazz a música da Nã maranhão traz uma ambiência do candomblé, onde a mulher tem lugar no sacerdócio e todas as formas de sexualidades são vistas com manifestações da orixalidade. Razãopela qual seu canto é uma forma de luta contra as relações preconceituosas do monoculturalismo com a violência da GLBQI+fobia e do racismo.
A cantora Xênia França mostra um canto que testemunha a herança africana bantu. Sua música se estabelece como forma de luta, buscando a interpretação de composições que se inserem como afirmação positiva da africanidade brasileira. Isso a coloca como uma artista porta voz das minorias, dando destaque, sobretudo ao preconceito racista. Xênia França concorreu para consagrar o cabelo como principal ícone da afrodescendência, junto à juventude negra. De tal sorte que, a Xênia faz uma denúncia com base na orixalidade ioruba, chamando atenção que a negação do cabelo negro é feita, pelo eurocentrismo, porque é na cabeça que se assenta o orixá da pessoa, isso é seu arquétipo de ancestralidade.
Quilombo Academia
O Quilombo Academia é transmitido as quintas-feiras, às 13 horas, com reapresentação aos domingos, às 19 horas e 30 minutos, na Rádio USP São Paulo e Ribeirão Preto, e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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