Profissionais da saúde analisam direitos e cidadania para promoção de bem-estar

Evento na USP discute meios para se obter saúde mental, por intermédio do enfrentamento ao racismo, promoção de trabalho, renda e moradia digna em regiões de maior vulnerabilidade social

 04/07/2023 - Publicado há 1 ano
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Encontro será um espaço para dialogar sobre a afirmação e garantia de direitos com problemas de saúde mental – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

No dia 10 de julho, das 14 horas às 17h30, o Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP vai receber o evento A Afirmação e a Garantia de Direitos a Partir de Experiências nos Territórios. O encontro contará com a participação de especialistas em políticas públicas de saúde mental, que vão discutir sobre a implementação de direitos nesta área. O evento ocorrerá em modalidade híbrida, presencialmente no IEA e pelo canal de Youtube do instituto. Não é necessário se inscrever para participar.

De acordo com o Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Políticas Públicas de Saúde Mental (GPIPPSAM), do IEA, responsável pela organização do evento, trata-se de um espaço para dialogar sobre a afirmação e a garantia de direitos às pessoas com problemas de saúde mental a partir de experiências na região em que elas residem. “Propomos debates sobre experiências práticas e territoriais de percursos de direitos produzidos em redes, serviços e mecanismos de participação social, e também por meio do protagonismo dos projetos de pesquisa do GPIPPSAM. Tudo isso com o foco na pessoa que está inserida nessa rede de serviços e cuidado”, afirmam os integrantes do grupo.

O evento contará com três palestras que buscam expor iniciativas sociais dentro dos temas equidade, trabalho e moradia. Após a exposição destas iniciativas, os convidados vão propor diálogos para problematizar, facilitar, fomentar, incentivar e planejar ações da comunidade dentro dessas temáticas. 

Ao Jornal da USP, os organizadores explicam que o “território”, mencionado no título do evento, corresponde não só a regiões geográficas, mas também a lugares onde ocorre uma interação social entre os moradores. “O acesso e pertencimento a esses espaços sofrem as consequências de diversas variáveis, fatores de risco, exposição a vulnerabilidades e também a potencialidades, tanto das pessoas, como do território em si”, afirmam os integrantes do GPIPPSAM. “Sem articulação, vontade política e recursos para a garantia desses direitos fundamentais a todos os cidadãos, excluímos pessoas da vida no território e, consequentemente, de seus direitos de cidadania”, complementam. 

Programação

Às 14 horas, ocorrerá a abertura do evento com Sônia Barros, professora sênior do IEA, coordenadora do GPIPPSAM e especialista em políticas de saúde mental e exclusão social de pessoas com doenças mentais.

Na primeira roda de conversa, haverá a discussão sobre o tema Direito à Equidade: Experiências de Enfrentamento do Racismo. A enfermeira Estefânia Ventura, idealizadora do grupo de estudo Enfermagem e Saúde da População Negra (PNISPN) e ativista do coletivo Kilombrasa, vai tratar da experiência territorial desenvolvida em serviços de Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) realizados na Brasilândia, bairro localizado na zona norte de São Paulo. A palestra terá moderação de Luciane Régio, docente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com experiência em Reabilitação Psicossocial na RAPS  e integrante do GPIPPSAM. 

Em seguida, o tema será Direito ao Trabalho Solidário: Experiências de Garantia de Trabalho e Renda, com Risonete Fernandes da Costa, integrante da Associação Vida em Ação e da Rede Pontinhos de Economia Solidária. A ativista social vai discutir sobre o Ponto Ecosol Butantã – componente da RAPS que busca promover oportunidades de trabalho e renda para pessoas em situação de vulnerabilidade  – e a proposta de um programa de Pontinhos Ecosol, produzida pela articulação da sociedade civil organizada, em interlocução com a Universidade. A palestra terá moderação de Carol Ballan, enfermeira, doutoranda em Saúde Mental, Drogas e Direitos Humanos pela Escola de Enfermagem (EE) da USP e integrante do GPIPPSAM.

Por fim, o encontro seguirá para o último tema, Direito à Moradia Digna: Experiências de Habitar a Cidade, com foco na população com problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas. A especialista em cuidados em saúde pela EE e ativista na gestão de políticas públicas para a população em situação de rua, Carolina Jessica Salado, vai apresentar dados e experiências diversas de moradia em um diálogo com as discussões realizadas no âmbito do Conselho Municipal de Políticas Públicas de Drogas e Álcool (COMUDA). A roda de conversa terá a moderação de Gabriella Boska, especialista em Saúde Mental com ênfase em Álcool e outras Drogas pela EE e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O encerramento será feito por Márcia de Oliveira, professora do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica da EE, com pesquisas na área de Reabilitação Psicossocial, Políticas Públicas de Saúde e Direitos Humanos, e vice-coordenadora do GPIPPSAM.

 

Serviço:

A Afirmação e a Garantia de Direitos a Partir de Experiências nos Territórios

Dia 10 de julho, das 14 horas às 17h30

Presencialmente na Sala Alfredo Bosi, Rua da Praça do Relógio, 109, ou remotamente pelo link 

Mais informações: gpippsam.iea@usp.br 

 

Com informações de Cláudia Regina, do IEA-USP


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