Uma das prioridades da atual gestão reitoral é alavancar a inovação na Universidade. Para alcançar esse objetivo, a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) passará por uma reformulação que colocará a inovação no mesmo nível de desenvolvimento e importância da atividade de pesquisa. “A Universidade é um importante celeiro de conhecimento gerado pela pesquisa. O que esperamos da Pró-Reitoria é que ela contribua para que esse conhecimento estimule também a inovação”, explicou o novo pró-reitor de Pesquisa, Paulo Alberto Nussenzveig.
As indicações de Nussenzveig e da pró-reitora adjunta de Pesquisa, Susana Inês Córdoba de Torresi, foram aprovadas pelo Conselho Universitário no dia 22 de fevereiro.
De acordo com o dirigente, o foco será no entendimento de que a inovação é uma missão primária da Universidade. Dessa forma, a reestruturação da Pró-Reitoria consiste, principalmente, em criar o cargo de pró-reitor adjunto de Inovação, para atuar como articulador e interlocutor nessa área, trabalhando de forma integrada com a Pesquisa.
“É importante reforçar que, para a Pró-Reitoria, inovação não é apenas o uso do conhecimento para gerar um produto. Nós queremos também o desenvolvimento de iniciativas que tragam benefícios para a sociedade como, por exemplo, inovações em políticas públicas, na arquitetura ou nas comunicações”, esclareceu Nussenzveig.
A nova estrutura da PRP deverá ser apresentada já nas próximas reuniões do Conselho Universitário.
Saber o que a USP sabe
Outra preocupação que norteará os trabalhos da Pró-Reitoria de Pesquisa nos próximos anos é a elaboração de indicadores que reflitam de maneira confiável o cenário da inovação na USP.
“Recentemente, ouvi uma frase do professor Guilherme Ary Plonski que reflete muito bem o nosso objetivo. Ele disse que ‘se a USP soubesse o que a USP sabe, ela seria muito melhor’. Nós já fazemos muitas coisas na área de inovação, mas não sabemos. Por isso, precisamos de informações confiáveis para estruturar e otimizar a inovação na Universidade. Precisamos nos conhecer melhor”, afirmou Nussenzveig.
Nesse mesmo sentido, o aprimoramento da divulgação das pesquisas também está nos planos da nova gestão. Segundo o pró-reitor, “durante a pandemia, diversos pesquisadores nossos tiveram a iniciativa de divulgar o conhecimento produzido e de apresentar para a sociedade alguns conceitos da abordagem científica. O próprio Jornal da USP teve um grande ganho de visibilidade neste período. Isso foi muito bom, mas podemos melhorar ainda mais”.
Entre as iniciativas planejadas pela PRP, está prevista a abertura de editais para incentivar alunos e pesquisadores a produzir material de divulgação científica para as mídias sociais – uma ideia inspirada no Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP, criado em 2019 pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação.
“Temos, no Estado de São Paulo, um orçamento recorde para as universidades estaduais e a Fapesp. Isso nos impõe a imensa responsabilidade de mostrar que os recursos estão sendo gastos de maneira criteriosa, investindo em projetos que resultarão em grandes benefícios no médio e longo prazos”, explicou.
Aprendizados da pandemia
Se a pandemia levou à maior utilização de ferramentas digitais de comunicação, permitindo a realização de reuniões e eventos on-line, o retorno às atividades presenciais vai possibilitar uma experiência universitária mais completa.
Programas como o USP Talks, o USP Lectures e os Workshops Estratégicos serão retomados ainda no primeiro semestre deste ano.
“A USP é uma universidade presencial, e estamos extremamente animados com a possibilidade de uma interação da comunidade acadêmica em três dimensões. Ou melhor, dizendo como físico, em quatro dimensões: três espaciais e uma temporal”, brinca Nussenzveig.
