Jack Dorsey, fundador, presidente e diretor do Twitter, anunciou que a empresa banirá anúncios eleitorais, após palestra realizada por Mark Zuckerberg na Universidade de Georgetown. O fundador e presidente do Facebook defendeu a liberdade de pequenos políticos para fazerem anúncios com fins eleitoreiros. Dorsey respondeu: “Mensagens políticas devem ser conquistadas, não compradas”.
O professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Luli Radfahrer, alega que o posicionamento de Zuckerberg não é controverso, mas sim criminoso. O fundador do Facebook defende que a distinção entre verdadeiro e falso é uma função do consumidor em sua cidadania. “Através do instante que se pode compartilhar notícias nessas redes, elas são usadas como mídia. Mídia tem responsabilidade sobre seu conteúdo”, afirma o especialista em comunicação digital ao Jornal da USP no Ar.
Radfahrer elogia a iniciativa do Twitter, mas aponta dificuldades e tece críticas pontuais. Para ele, até falar mal de patinetes elétricos tem um cunho político, então esse controle é difícil. A empresa especificou que sua intervenção será relativa à política institucionalizada. Apenas um desvio, segundo o professor:“Pessoa jurídica (partido) não fala, mas física (militante) fala”, diz.
Além disso, o Twitter sofre com o grande número de robôs entre seus usuários. Há um problema entre conteúdo e identidade, ocasionando grandes quantidades de informações artificiais. Porém, a iniciativa de Dorsey é um primeiro passo importante para enfrentar o contratempo e uma maneira “de se manter à parte da enxurrada de processos que o Facebook vai receber”, argumenta Radfahrer.
De acordo com o especialista, grande parte dos políticos quer se aproveitar dessa lacuna da legislação e usar mídias sociais para impulsionar seu curral eleitoral. Antes da posição do Twitter e da palestra de Zuckerberg, funcionários do Facebook publicaram uma carta aberta pedindo o fim da publicidade política na rede.
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