USP premia destaques na área de Direitos Humanos no dia 10/12

No próximo dia 10 de dezembro, data em que são comemorados os 64 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a USP promoverá a cerimônia de entrega do 12º Prêmio USP de Direitos Humanos.

 06/12/2012 - Publicado há 11 anos     Atualizado: 25/04/2018 as 10:45
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Sabine Lovatelli, agraciada na categoria individual, está à frente do Mozarteum Brasileiro desde 1981

No próximo dia 10 de dezembro, data em que são comemorados os 64 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a USP promoverá a cerimônia de entrega do 12º Prêmio USP de Direitos Humanos. As homenageadas desta edição serão Aracy de Carvalho Guimarães Rosa e Sabine Lovatelli, ambas na categoria individual, e o Mozarteum Brasileiro, na categoria institucional.

O Prêmio USP de Direitos Humanos foi criado em 2000, com o objetivo de identificar e homenagear pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a difusão, disseminação e divulgação dos Direitos Humanos no Brasil.

Foi criado pela Comissão de Direitos Humanos da USP, atualmente, sob a presidência  de José Gregori, e composta pelos professores da USP: Celso Lafer (Faculdade de Direito), Dario Birolini (Faculdade de Medicina), Luiz Augusto Milanesi (Escola de Comunicações e Artes), Maria Hermínia Brandão Tavares de Almeida (Instituto de Relações Internacionais), Nancy das Graças Cardia (Núcleo de Estudos da Violência) e pelo cientista político e jornalista Luiz Felipe D’Ávila e pelo presidente voluntário do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Ruy Martins Altenfelder Silva.

“O tema direitos humanos nunca foi tão atual quanto nos dias de hoje e é de suma importância uma Universidade, da importância e da magnitude da USP, ter uma Comissão dedicada ao estudo desse tema. Nos dias atuais, é premente a necessidade de conscientização da incorporação dos direitos humanos no nosso cotidiano para pobres, deficientes, cegos, entre outros. O Brasil atualmente é um exemplo mundial na defesa e proteção nos direitos humanos, desde a redemocratização nos anos 80. Entretanto, precisamos promover cada vez mais a educação dos direitos humanos, para que façam parte do dia-a-dia das pessoas”, destaca o reitor da USP, João Grandino Rodas.

Desde a sua criação, o Prêmio já foi concedido a 19 pessoas e instituições, entre eles, a fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, a coordenadora do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, Margarida Genevois, o economista e professor Abdias Nascimento, considerado um dos maiores ativistas do movimento negro no Brasil, Serviço Pastoral dos Migrantes, Fundação Gol de Letra, Grupo Tortura Nunca Mais, Corpo de Bombeiros de São Paulo e Projeto Caminhada pela Paz. Na edição passada, a homenageada foi Dorina Nowill, por sua dedicação ao trabalho de inclusão social de deficientes visuais e pelas atividades desenvolvidas junto à fundação que leva seu nome.

Proteção da vida

Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, viúva do escritor Guimarães Rosa, falecida em março do ano passado, aos 102 anos de idade, é reconhecida por suas ações humanitárias junto aos judeus na época da Alemanha nazista

Agraciada na categoria individual, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, viúva do escritor Guimarães Rosa, falecida em março do ano passado, aos 102 anos de idade, é reconhecida por suas ações humanitárias junto aos judeus na época da Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

Aracy assumiu, em 1936, o cargo de attaché no Consulado Geral do Brasil, na cidade de Hamburgo, na Alemanha. Encarregada dos procedimentos de concessão de visto para a entrada no Brasil, empenhou-se na obtenção de autorizações para judeus. Na época, uma liminar do governo brasileiro restringia e, em alguns casos, vetava, a concessão de vistos de entrada para judeus no país. Muitas vezes, Aracy escondia os judeus até que pudessem viajar, acompanhando-os no embarque no navio ou levando-os em seu carro, que tinha chapa diplomática, para além da fronteira da Alemanha.

Em 1982, foi homenageada com a inclusão de seu nome no “Jardim dos Justos entre as Nações”, no Museu do Holocausto, em Israel e na sede do Museu localizada em Washington, nos Estados Unidos. “Dona Aracy cumpriu a lei das leis, que é a proteção da vida”, ressalta o presidente da Comissão de Direitos Humanos, José Gregori.

Sabine Lovatelli, nascida na Alemanha e radicada no Brasil, está à frente do Mozarteum Brasileiro desde a sua criação, em 1981, e o transformou em referência nacional na difusão e incentivo à música clássica. Sabine e o Mozarteum Brasileiro serão agraciados nas categorias individual e institucional.

Sabine tem vocação para a arte desde a sua infância, quando começou a frequentar concertos e atividades ligadas à música. Seus estudos foram realizados na Escola Elsa-Brandström, na Alemanha. Em 1971, veio para o Brasil, onde fixou residência em São Paulo. Dez anos mais tarde, fundou o Mozarteum Brasileiro, associação sem fins lucrativos voltada para o desenvolvimento da cultura e da educação musical, com a promoção de espetáculos com renomados artistas e grupos de música e de dança, tanto clássica quanto contemporânea.

O Mozarteum Brasileiro é referência nacional na difusão e incentivo à música clássica

Uma das principais ações do Mozarteum é a concessão anual de bolsas de estudos, incluindo viagem, hospedagem e alimentação, para jovens músicos brasileiros terem a oportunidade de frequentar academias orquestrais na Europa.

“Sabine e o Mozarteum se dedicam a algo que, até pouco tempo, estava distante dos direitos humanos, que é a produção e a difusão da cultura. Hoje, pode-se dizer, sem exagero, que um dos nomes dos direitos humanos é cultura. Quanto mais a pessoa se apodera da cultura, mais se eleva”, considera Gregori.

A cerimônia de premiação será realizada às 17h, na nova sede do Museu de Arte Contemporânea, localizado à Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301, no Ibirapuera, em São Paulo.

(Fotos: Divulgação)


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