Na era das redes digitais, o poder e a liderança não são mais como na época de Maquiavel. Pesquisando as formas de convocação para os protestos que se espalharam pelo Brasil entre 2013 e 2015, a jornalista Maíra Bittencourt descobriu que os partidos políticos e as grandes corporações não conseguem mais emplacar ideias hegemônicas. Atualmente, o que puxa a mobilização social é o “Príncipe Digital”. Ouem (ou, melhor dizendo, o que) é esse novo príncipe?
Maíra propõe um príncipe composto por quatro categorias principais (Multidão de Anônimos, Líderes de Opinião, Comunidades Virtuais Organizadas e Poderes Políticos e Econômicos Institucionalizados) e uma ramificação. Neste modelo, para que haja mobilização social, é necessário que as quatro categorias principais estejam alinhadas. Além disso, como não há mais discursos hegemônicos, a mobilização é permeada pelo que ela chama de “pluralidade sincronizada”.
Maíra Bittencourt se doutorou no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, sob a orientação do professor Eugênio Bucci. Ela foi a vencedora do prêmio Tese Destaque USP 2017 na categoria Ciências Sociais Aplicadas.
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