Abril é o mês oficial de conscientização do autismo

O Transtorno do Espectro Autista é associado à dificuldade de comunicação, comportamentos repetitivos e estereotipias

 09/04/2019 - Publicado há 6 anos
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FOTO: Marcos Santos / USP Images

O programa Saúde sem Complicações desta semana aproveita o mês denominado Abril Azul, que foi criado para reforçar a conscientização mundial do autismo, e traz o transtorno como tema. O convidado é Erikson Felipe Furtado, psiquiatra e professor do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

Segundo Furtado, a última Classificação Americana de Transtornos Mentais nomeou como Transtornos do Espectro Autista (TEA) um grupo de problemas em que a característica central está associada à dificuldade de comunicação social, comportamentos repetitivos e estereotipias. No Brasil, América do Sul e América Latina não existem estudos amplos e confiáveis sobre a incidência desses casos, mas, de modo geral, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) define como um caso a cada 160 nascimentos.    

O professor afirma que existem várias causas possíveis que podem desencadear o autismo. Muitas vezes são considerados a idade dos pais e fatores externos que podem interferir durante a gestação do feto, como álcool e medicamentos, além de condições genéticas que também podem influenciar. “Falar de fatores de risco é falar de uma quantidade enorme de fatores; de qualquer maneira, tudo aquilo que uma gestante faz para cuidar da saúde do bebê é benéfico”, ressalta.

Furtado fala que o transtorno não tem cura, no caso, a eliminação das características centrais. Existem tratamentos indispensáveis, como intervenções educativas, socioeducativas e reabilitativas. Há ainda o tratamento médico e psiquiátrico para as limitações funcionais e de linguagem, a agitação, a limitação motora e, como muitas vezes acontece, o tratamento de outro diagnóstico que pode vir acompanhado com o autismo, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.   

“Podemos dizer o seguinte: quanto mais cedo essas medidas forem introduzidas, especialmente aquelas que envolvem a comunicação, maior o impacto no futuro do indivíduo com TEA, que vai melhorar o seu prognóstico ao longo da vida”, conclui.
  
O programa Saúde sem Complicações é produzido e apresentado pela locutora Mel Vieira, com trabalhos técnicos de Mariovaldo Avelino e Luiz Fontana e direção de Rosemeire Talamone.


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