Método aprimora análise de traumatismos cranioencefálicos

Novos critérios poderão auxiliar em avaliações mais precisas sobre a probabilidade de morte do paciente

 18/02/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 19/02/2019 as 19:54
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Neurocirurgião da Faculdade de Medicina da USP foi vencedor da categoria Pesquisa Clínica, no 4º Prêmio Desafio Pfizer, uma iniciativa que valoriza a inovação em saúde, em diferentes frentes. O trabalho propôs um aprimoramento na classificação de risco para avaliar a gravidade do traumatismo cranioencefálico, uma importante contribuição para a pesquisa clínica. Os novos critérios poderão auxiliar na realização de avaliações mais precisas sobre a probabilidade de morte do paciente durante a internação. Para falar sobre o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com o vencedor do prêmio, doutor Davi Jorge Fontoura Solla, residente de neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Solla explica que a avaliação da gravidade do traumatismo cranioencefálico é feito a partir de certas características clínicas do paciente, como a idade, e do próprio traumatismo. Atualmente, ele conta que já existe um sistema de escalas que realiza essa avaliação. No entanto, ele não leva em consideração variáveis laboratoriais. “Foi o que a gente propôs como aprimoramento, especificamente na avaliação da função renal do paciente e o estado de coagulação do sangue”. A pesquisa de Solla, portanto, possibilitou a criação de uma proposta de aprimoramento desse sistema, levando em consideração esses fatores.

Traumatismo cranioencefálico é feito a partir de certas características clínicas do paciente – Foto: Christaras A. / Wikimedia Commons

Ele conta que se trata de um trabalho inicial, “ainda vai demandar algumas etapas posteriores para tentar realmente validar esse resultado e trazer essa aplicação para a prática diária”. A pesquisa foi realizada apenas com pacientes do Hospital da Clínicas. Solla fala da necessidade de também ser testada em pacientes de diferentes instituições. Ele espera que o método ajude a determinar melhor o estado dos pacientes e auxiliar na comunicação com os familiares, “ainda mais em um cenário de limitação de recursos como é o nosso”, ele reforça.

O doutor também destaca que no Hospital das Clínicas, apesar de haver casos de traumatismo craniano de todos os níveis de gravidade, prevalecem os casos mais graves. Daí a necessidade de novas formas de medição, a fim de melhorar a qualidade do atendimento e as chances de cura. O trabalho ainda está em via de publicação. “Certamente, tentaremos algumas colaborações internacionais, fazendo essa avaliação também em grupos de pacientes de outras instituições e outros países, para termos uma resposta mais definitiva”, explica o neurocirurgião.

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