Documentos já indicavam risco alto de rompimento da barragem em Mariana

Laudo de engenharia constatou que as negligências identificadas estavam presentes nos próprios documentos da empresa

 14/11/2018 - Publicado há 5 anos
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O programa Ambiente é o Meio desta semana traz entrevista com os peritos criminais da Polícia Federal Marcus Andrade e Rodrigo Mayrink. Eles atuam na unidade da Polícia Federal, em Minas Gerais, responsável pelas perícias do desastre de Mariana, que contou com 55 peritos criminais de diversas áreas; Andrade é farmacêutico industrial e Mayrink é médico veterinário.

Mayrink explica que o laudo pericial, documento produzido pelos peritos criminais, tem o objetivo de fazer a análise técnica e isenta, para que o julgador do processo possa se basear ao definir a sentença. “Somos profissionais de diversas áreas para atuar com os olhos da ciência em assuntos criminais tratados pela Polícia Federal”, afirma Andrade.

No último dia 5, o rompimento da barragem completou três anos e eles explicam que a Polícia Federal age em casos em que existem prejuízos de interesses da União, o que ocorreu em Mariana, onde a extensão dos danos ultrapassou as fronteiras dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, caracterizando um desastre nacional.

Mayrink explica ainda como foi possível afirmar que se tratava de um desastre e não de um acidente ambiental. Ele conta que só puderam confirmar após a liberação do laudo de engenharia. “Desde a implantação da barragem, em 2008, ela foi sendo gerenciada com uma série de erros, de negligências e más práticas de segurança, que culminou com o rompimento, o que chamamos de desastre”, declara.

Ambiente É o Meio é uma produção da Rádio USP Ribeirão Preto, em parceria com professores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e Programa USP Recicla da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da USP.

Ouça acima na íntegra o programa Ambiente é o Meio.


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