Os atletas, no vigor da energia dos jogos olímpicos, são representados na vibração das cores vermelha, amarela, azul e verde da pintura Movimento, de Claudio Tozzi, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. A sua tela integra a 31ª Olimpíada, a Rio 2016. “Fiquei muito contente pela minha arte estar na Olimpíada, com a de outros artistas que foram selecionados a partir da indicação dos principais museus do País”, conta Tozzi. “Serão 13 pôsteres, que estarão representando visualmente o evento e dando uma força para todos os atletas.”
Pela primeira vez, os jogos olímpicos serão divulgados por vários cartazes, lembrando a diversidade de cores e estilos da arte do Brasil e de toda a América Latina. Além de Tozzi, participam Alexandre Mancini, Antônio Dias, Beatriz Milhazes, Eduardo Kobra, Ana Clara Schindler, Gustavo Greco, Gringo Cardia, Geleia da Rocinha, Gustavo Piqueira, Guto Lacaz, Juarez Machado, Rico Lins e Olga de Amaral. A seleção foi feita pela diretoria de Cultura do Comitê Rio 2016, a partir de indicações do Instituto Inhotim, do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu de Arte do Rio, do Museu de Arte de São Paulo (Masp), do Museu Nacional de Belas Artes, da Pinacoteca e do Museu do Amanhã.
Incentivo à cultura
“Achamos muito importante mostrar que a arte é essencial. Estamos incentivando tanto o esporte como a cultura. E, para mostrar esses dois aliados, lançamos a coleção de pôsteres que será exibida ao longo de todo o evento e apresenta artistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de artistas sul-americanos, como a colombiana Olga de Amaral”, observa Carla Camurati, diretora de Cultura do Comitê Rio 2016. “São trabalhos muito diferentes, que revelam especialmente a criatividade do Brasil de muitas cores.”
Cores em Competição, do paulistano Guto Lacaz, surpreende pela representação. Ele mostra a competição na forma de ganchos vermelho, amarelo e preto, que estão entrelaçados. Lacaz é um artista multimídia, capaz de sintetizar ideias nas formas mais simples e sem ser óbvio.
Eduardo Kobra representou a Rio 2016 na obra Pipas e Sonhos. Ao fundo, desenhou o Cristo Redentor, o morro com os barracos pendurados e um menino negro empinando a pipa com o símbolo do evento, voando no céu azul. Importante lembrar que o artista é responsável por inúmeros murais em São Paulo. Além do pôster, está criando um mural de 3 mil metros quadrados, chamado Somos Todos Um, na zona portuária do Rio, para recepcionar os turistas e homenagear os atletas. “Creio que é o maior do mundo”, avalia Kobra. “Nesse mural represento os cinco continentes em cinco grandes rostos.
A artista colombiana Olga de Amaral marca presença nos jogos olímpicos. Aos 83 anos, ela estampa na arte da tapeçaria os anéis do evento. Representa a trama do esporte tecida no cotidiano. A praia de Copacabana está no mural criado pelo desenhista, caricaturista e pintor Juarez Machado. “Eu representei o povo que vejo correndo e se exercitando no calçadão em um atleta que segura a tocha com uma pomba branca. Uma imagem inspirada nas que vejo da janela do meu ateliê”, explica o artista.
A coleção oficial dos pôsteres Rio 2016 está sendo exposta na parte externa do Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio de Janeiro (Praça Mauá 1, centro). Pode ser vista até o dia 25 de julho e depois segue para o Parque Olímpico de Deodoro, também no Rio, até o final da Olimpíada. Os pôsteres estarão à venda em todas as lojas licenciadas Rio 2016, ao custo de R$ 30 (pôster pequeno) e R$ 50 (grande).