Pesquisadores da USP avançam em final de competição sobre biodiversidade em florestas tropicais

Competição Xprize Rainforest tem a participação de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP e está na última etapa, com seis equipes concorrendo ao prêmio de U$$ 10 milhões

 Publicado: 23/07/2024
Equipe de campo do Brazilian Team em atividade no Litoral Sul de São Paulo – Foto: Divulgação/Fealq

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A competição internacional Xprize Rainforest, uma das maiores iniciativas para mapeamento da biodiversidade das florestas tropicais do mundo, entrou na reta final neste mês de julho com uma cerimônia realizada em Manaus, no Amazonas, e a apresentação das tecnologias usadas em campo pelas equipes finalistas. A fase final de testes está em andamento e o vencedor será anunciado no terceiro trimestre de 2024.

Concorrem ao prêmio de U$$ 10 milhões seis equipes do Brasil, Espanha, Estados Unidos e Suíça. O Brasil é representado pelo Brazilian Team, que tem sede na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, e ainda conta com a participação de mais de 50 pesquisadores e profissionais técnicos de várias universidades e centros de pesquisa do Brasil e do exterior. O trabalho tem o apoio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq).

A equipe brasileira desenvolveu uma tecnologia envolvendo arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental para avaliação. Os finalistas têm a tarefa de testar suas tecnologias para mapear rapidamente a biodiversidade das florestas tropicais. Eles devem ser capazes de pesquisar 100 hectares de floresta amazônica em 24 horas e relatar dados importantes sobre a biodiversidade em até 48 horas. Os testes ocorrem na comunidade do Tumbira, na reserva de desenvolvimento sustentável do Rio Negro.

“Nossa expectativa é ganhar o prêmio e todos os esforços estão voltados para isso. Sabemos que vamos fazer um belo trabalho e apresentar uma grande lista de espécies de plantas e animais, apesar da restrição de só poder coletar dados em 24 horas e analisar em 48 horas. Como em qualquer competição, só haverá um vencedor, mas estamos trabalhando nessa direção e, se o prêmio vier, ficaremos muito felizes e com uma sensação ainda maior de dever cumprido”, destaca Vinicius Souza, coordenador do Brazilian Team, professor e pesquisador da Esalq.

Brazilian Team avança na final do XPrize Rainforest – Foto: Divulgação/Brazilian Team

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A competição chegou à fase final após quatro anos de trabalho envolvendo 300 grupos de cientistas de 70 países. Na primeira fase, realizada em Singapura, em junho de 2022, foram selecionadas as seis equipes finalistas. As descobertas das equipes beneficiarão não apenas o Brasil, mas também países da América Latina, África e Ásia que possuem florestas tropicais em seus territórios.

A equipe 

O Brazilian Team é composto de ecólogos, engenheiros robóticos, taxonomistas, entre outros profissionais e pesquisadores, em sua maioria brasileiros, mas também de países como França, Colômbia, Espanha, Portugal, Estados Unidos e Bélgica, e de várias instituições, como USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Universidade de Taubaté (Unitau), entre outras. 

Vinicius Souza, professor e pesquisador da Esalq e coordenador do Brazilian Team – Foto: Linkedin

O projeto integra conhecimentos e ferramentas já existentes, como drones, dispositivos bioacústicos e sequenciadores portáteis de DNA, utilizando inteligência artificial e outras técnicas para desenvolver tecnologias e um protocolo que deem rapidez e replicabilidade aos estudos sobre a biodiversidade das florestas tropicais. A proposta é que essas tecnologias e protocolo, baseados em metodologia científica e que possibilitam comparações entre diferentes ambientes, sejam de alta precisão, de baixo custo e de fácil utilização.

“Embora tenhamos bons catálogos sobre a nossa flora e fauna, é preciso construir com urgência bancos de dados de fotografias e informações de DNA. Precisamos gerar dados sobre o DNA das plantas, fazer boas fotografias e formar pessoas capazes de garantir que as identificações das amostras deste banco de dados estejam precisas. Só assim toda esta tecnologia vai funcionar bem”, destaca o coordenador do Brazilian Team.

Confira um dos vídeos da equipe:

Saiba mais sobre o XPrize Rainforest na página do projeto e sobre o Brazilian Team neste link. Interessados em apoiar o Brazilian Team podem enviar e-mail para brazilianteam@usp.br.

Também é possível acompanhar as ações do time pelo Instagram.

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Com informações do site da Fealq 


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