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Aclamação de Dom Pedro I Imperador do Brasil. Quadro de Jean-Baptiste Debret, 1839 - Foto: Acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin/USP
Novo espaço do Museu do Ipiranga apresenta as múltiplas facetas da Independência do Brasil
Com entrada gratuita e sem necessidade de agendamento prévio, a exposição Memórias da Independência será inaugurada nesta quarta-feira
Resgatar a história da Independência do Brasil, a sua presença em todo o território nacional e a sua repercussão ao longo do tempo é o propósito da nova exposição do Museu do Ipiranga, Memórias da Independência. “A ideia é mostrar como esse movimento teve várias articulações e aconteceu em diversos pontos do País”, afirma Jorge Cintra, docente do museu e um dos curadores do acervo em exibição. A mostra será aberta ao público nesta quarta, dia 25, feriado do aniversário de São Paulo, inaugurando também um novo espaço do museu, dedicado a mostras temporárias, totalmente acessível.
Composta de cerca de 130 itens, dentre eles, pinturas, fotografias, selos, cartões-postais, discos, cartazes de filmes e outros objetos, a mostra rememora as celebrações desse marco histórico em diferentes momentos e lugares do Brasil, procurando ampliar as perspectivas do visitante, explica o professor. “Para transmitir que a Independência não foi só em São Paulo, no riacho do Ipiranga, nós pensamos no Brasil como um todo. Estamos aqui para contar a história, não a história de São Paulo, mas uma história do Brasil“, diz. Além dele, participaram da curadoria os professores Paulo César Martins e Maria Aparecida de Menezes Borrego.
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Jorge Cintra, professor da USP e curador da exposição - Foto: Sites/USP
Por meio do estudo de relatos, seminários e livros detalhados sobre a Independência do Brasil, foi feita uma síntese da história desse período. Cintra conta que cada curador olhou para determinado ângulo desse contexto — ele, por exemplo, trabalhou o percurso de Dom Pedro I, de Santos para São Paulo, “entrando nos mínimos detalhes possíveis a partir dos quatro relatos de acompanhantes de Dom Pedro”, afirma.
Os registros da Independência -- e da não independência
O imaginário da Independência se alastra por toda a exposição, que foi dividida em dois eixos temáticos para facilitar a localização dos acontecimentos no tempo e no espaço. Os retratos de personagens destacados por sua atuação nessa conjuntura são retomados, como Domingos José Martins, uma das principais lideranças da Revolução Pernambucana. A figura de Tiradentes, outro precursor da causa, é relembrada na obra Os Mártires, de Antônio Parreiras, como destaque da época.
Junto à retomada das imagens dos ditos heróis e protagonistas da Independência, há a presença do debate crítico relacionado ao cenário. Neste contexto, o Brasil se liberta das forças institucionais da Coroa Portuguesa, mas a população negra permanece sendo escravizada e a indígena vitimada pela perda crescente de seu território e cultura. Segundo o professor, as caricaturas de Angelo Agostini, desenhista abolicionista, são apresentadas na exposição justamente para evidenciar esse outro olhar acerca da Independência do Brasil.
![Estudo para Os Mártires, Antônio Parreiras, cerca de 1927. Acervo Museu Antônio Parreiras.](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/3.-Estudo-para-Os-Martires-1-300x218.jpg)
![Dom Pedro I Benedito Calixto, 1902. Acervo Museu Paulista-USP, Reprodução: Helio Nobre/José Rosael](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/2.-Dom-Pedro-I-1-1-211x300.jpg)
![Palácio de Festas A. C. da Costa Ribeiro, 1922. Coleção particular,](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/4.-Palacio-de-Festas-1-300x196.jpg)
![Cartaz “Comemoração do Centenário da Independência do Brasil 1822–1922”. Acervo do Museu Paulista-USP.](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/7.-Cartaz-Centenario-210x300.jpg)
![Cartão-postal - Exposição do Centenário Farroupilha - 1935 Autoria desconhecida.](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/11.-Cartao-postal-farroupilha-1-300x194.jpg)
![Domingos José Martins Niccola Petrilli, 1922. Acervo Museu Republicano Convenção de Itu-USP, Reprodução: Helio Nobre/José Rosael](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/5.-Domingos-Jose-Martins-214x300.jpg)
![Painel da República Rio-Grandense - Álbum “Monumentos para o Centenário”.Década de 1920. Acervo Arquivo Histórico Municipal de São Paulo](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/12.-Painel-da-Republica-Rio-Grandense-300x224.jpg)
![Homem a cavalo - Desenho preparatório para a pintura Independência ou morte! de Figueiredo e Mello, 1887. Acervo do Museu Paulista-USP,](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/01/9.-Homem-a-cavalo-204x300.jpg)
Jorge Cintra afirma que, para evocar a memória política e aproximá-la do visitante, a mostra é composta também do que foi suscitado pelo entorno da Independência, por exemplo, registros dos palácios e da arquitetura, que se relacionam com as celebrações feitas a partir da conquista. Como é mostrado no cartão-postal Palácio de Festas, de 1922, foram construídos palácios no Rio de Janeiro em comemoração ao centenário. “Vale a pena que esses elementos fiquem na memória do povo, por isso, Memórias da Independência“, diz o professor.
Memórias da Independência será inaugurada nesta quarta-feira, dia 25 de janeiro, e fica em cartaz até o dia 26 de março. A entrada é totalmente gratuita e não há há necessidade de agendamento prévio; serão distribuídas senhas ao público presente (válidas somente para esta exposição). O Museu do Ipiranga está aberto ao público de terça a domingo, das 11h às 17h. Endereço: Rua dos Patriotas, 20, Parque da Independência, São Paulo. Mais informações no site.
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