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Desde 1987, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) da USP, conhecido como Centrinho, recebe apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio de bolsas e recursos de custeio. Nos próximos dias, a Capes e a USP assinarão um acordo de cooperação que garantirá as condições necessárias para que o Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciências da Reabilitação possa manter seu padrão de qualidade e aumentar o número de atendimentos da unidade ao público-alvo.
Fundado em 1967, o HRAC – reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e certificado como Hospital de Ensino pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação – é um centro de referência do País no tratamento da fissura labiopalatina, uma anomalia craniofacial que atinge uma em cada 650 crianças nascidas no Brasil. Além do atendimento a cerca de 130 mil pacientes, no local são formados profissionais de alto nível. A investigação acadêmico-científica proporcionada pelo PPG em Ciências da Reabilitação já titulou 403 mestres e doutores de diversas partes do País.
A Capes, que já atua no HRAC com seus programas institucionais, identificou a necessidade de apoiar de forma estratégica o PPG em função de sua contribuição na formação de excelência para o País. O Programa de Pós-Graduação tem características singulares, especialmente no atendimento local e reabilitação de anomalias craniofaciais. O PPG se diferencia também ao considerar os critérios de solidariedade previstos pela Avaliação da Capes, oferecendo apoio a instituições de outras regiões, principalmente, Norte e Nordeste.
O atendimento do HRAC tem uma forte ligação com a investigação acadêmico-científica e técnicas desenvolvidas pelos estudantes e professores. O PPG, que tem nota 5 na avaliação da Capes, é interdisciplinar e recebe alunos de diferentes áreas do conhecimento de todo o País, que reproduzem essa experiência no atendimento de sua região. O hospital contribuiu com a criação do Instituto Yaçuri da Amazônia, que conta com egressos do HRAC, inclusive a diretora da instituição, que realiza, além de cirurgias de fissuras, o aconselhamento, apoio nutricional e fonoterapia, além de outros atendimentos a crianças da região.
Atualmente, dos 124 alunos matriculados, 27 são beneficiados pelos Programas Institucionais da Capes (11 de mestrado e 16 de doutorado). Com o acordo de cooperação, o PPG em Ciências da Reabilitação passará a receber também o financiamento dos Programas Estratégicos da Capes. Estão previstos investimentos no valor de R$ 4,7 milhões, distribuídos ao longo de quatro anos, entre bolsas, recursos de custeio e capital. Para o HRAC, esta ação será de extrema importância, pois a falta de recursos é a principal causa de abandono do curso, apresentada por 66% dos alunos.
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Cláudia Queda de Toledo, presidente da Capes, que fez visita técnica ao HRAC, em Bauru, com Zena Martins, diretora de Programas e Bolsas no País, destaca que “o trabalho do HRAC é de altíssima complexidade, tornando-o singular no Brasil e no mundo. São programas de pós-graduação como este que formam pesquisadores de alta verticalidade no conhecimento, que atendem, por meio de seus estudantes, pessoas de todo o território nacional, vítimas de lesões labiopalatinas e craniofaciais, que são estratégicos tecnicamente”. Para a presidente, o Brasil precisa melhorar a vida e a saúde das pessoas com os seus mestrados, doutorados e pós-doutorados. “Reconhecer este PPG como estratégico é um dever da gestão da Capes. O sistema de pós-graduação precisa ser protagonista das transformações sociais na Federação”, conclui.
Excelência
“Esta é uma conquista importantíssima para o HRAC, que beneficiará tanto a permanência dos nossos pós-graduandos e o desenvolvimento de pesquisas, como a assistência aos pacientes. Evidencia o nível de excelência do nosso Programa de Pós-Graduação, seja na formação dos mestrandos e doutorandos, qualificação do corpo docente, qualidade da pesquisa, impacto da produção cientifica, captação de fomento, além de sua contribuição para o tratamento e a qualidade de vida das pessoas com anomalias craniofaciais e deficiência auditiva”, pontua o professor Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC. “Agradecemos à Capes, na pessoa da presidente Cláudia Queda de Toledo, pelo reconhecimento e por tão relevante cooperação”, ressalta o dirigente.
“Além da viabilidade de incremento à formação dos mestrandos e doutorandos e ao fomento à pesquisa aqui realizada, representa um reconhecimento dos esforços e da qualidade da nossa Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação”, conclui a professora Ivy Trindade, coordenadora do programa.
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Com informações da Assessoria de Imprensa do HRAC e da Capes