Grupo da USP vai estudar o impacto das mudanças no trabalho sobre a saúde

Instituto de Estudos Avançados da USP criou o grupo para contribuir com o monitoramento do mundo do trabalho, em todas as suas dimensões e diversidade, como diz o sanitarista e coordenador René Mendes

 09/04/2024 - Publicado há 4 meses
Em 2022, cerca de 778 mil pessoas tinham como trabalho principal o vínculo com aplicativos para o transporte de passageiros, segundo o IBGE – Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

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Por Mauro Bellesa*

Em 2022, cerca de 778 mil pessoas tinham como trabalho principal o vínculo com aplicativos para o transporte de passageiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para estudar o impacto que as mudanças no trabalho têm sobre a saúde, o Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP criou, no dia 20 de março, o Grupo de Estudos sobre os Impactos das Novas Morfologias do Trabalho sobre a Vida e a Saúde da Classe Trabalhadora. 

A instituição do novo grupo visa ampliar e potencializar o observatório sobre o tema coordenado pelo sanitarista René Mendes, pesquisador colaborador do IEA. De acordo com ele, o grupo é concebido como um “espaço de articulação plural e democrático, participativo e dialógico, aberto e legitimado pela presença e participação de trabalhadores e trabalhadoras e suas representações, com a missão de contribuir para o monitoramento vigilante e prospectivo do mundo do trabalho, em todas as suas dimensões e diversidade”.

O observatório encampado pelo grupo buscará dar visibilidade aos problemas que ameaçam a vida e a saúde dos trabalhadores, tendo como perspectiva o resgate dos sentidos do trabalho e de sua função social, afirma o pesquisador. Essa perspectiva é essencial para que “o trabalho digno se torne acessível a todos – enquanto direito social de cidadania, promotor de acesso a condições justas e dignas de vida e de saúde -, objetivo fundamental do desenvolvimento sustentável do país”.

Com duração prevista de no mínimo três anos, o grupo de estudos está estruturado com seis grupos de trabalho temáticos: Determinantes Históricos, Ideológicos e Políticos dos Atuais Processos de Mudanças no Mundo do Trabalho; Inovações Tecnológicas no Mundo do Trabalho; Impactos Sociais e Econômicos das Novas Morfologias do Trabalho sobre a Classe Trabalhadora; Impactos sobre a Vida e a Saúde da Classe Trabalhadora; Estratégias de Mobilização, Enfrentamento e Luta; e, finalmente, Ações Concretas de Apoio e Defesa da Classe Trabalhadora e das Pessoas e Grupos mais Vulnerabilizados pelas Novas Morfologias do Trabalho.

Atividades do grupo

O grupo de estudos iniciou suas atividades com a participação de 57 integrantes de oito Estados, além de um pesquisador da Argentina e outro do Canadá. Os participantes são das áreas de Direito, Ciências Sociais, Medicina, Psicologia, Economia, Serviço Social, Engenharia, Administração de Empresas, Ciências Biológicas, Enfermagem, História, Jornalismo, Letras, Pedagogia e Teologia. Além de Remé Mendes como coordenador, conta com o sindicalista e pedagogo José Reginaldo Inácio como vice-coordenador e com a professora Silvana Liberto Alves Maia, da Escola Superior de Advocacia da Organização dos Advogados do Brasil (OAB-SP), como responsável pela Secretaria Técnica.

Uma das atividades públicas previstas ainda para 2024 é uma série de dez seminários interdisciplinares mensais, que foram iniciados em 27 de fevereiro, antes mesmo da formalização do grupo de estudos. Esses encontros destinam-se à articulação entre os grupos de trabalho temáticos e à ampliação do alcance público das discussões. Serão presenciais, com transmissão ao vivo pela internet.

Mais informações no site do IEA.

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*Da Assessoria de Imprensa do IEA/USP

 


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