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Quem passa pela Rua do Matão, na Cidade Universitária, no bairro do Butantã, e é novo na comunidade uspiana ou visitante do campus, não imagina que ali no meio de uma área remanescente de Mata Atlântica existe um restaurante com espaço de convivência. O local funcionou até 2016 como Clube dos Professores da USP e guarda importantes histórias de encontros, decisões e produtivos diálogos entre acadêmicos, que renderam até um livro. Agora, foi reinaugurado como nova opção de alimentação para toda a comunidade uspiana, incluindo, além dos professores, funcionários, alunos e visitantes externos à Universidade.
Chamado Restaurante do Viveiro, localizado na Rua do Matão, 801, o espaço está aberto das 11h às 14h30 e oferece refeições no sistema buffet self-service por quilo e pratos executivos. “Desde o início da gestão, tínhamos a ideia de colocar o antigo Clube dos Professores para funcionar novamente. Ele estava fechado há muitos anos e, além de ser um lugar que tem uma história importante, consideramos que há uma carência de locais para refeição que sejam uma alternativa para as pessoas que circulam no campus”, destaca a professora Raquel Rolnik, prefeita do campus da capital.
Para voltar a receber as pessoas, a área do restaurante e seu entorno passaram por algumas transformações. A Superintendência do Espaço Físico (SEF) reformou a área interna do restaurante e a Prefeitura do campus elaborou um projeto para a área externa, que apresentava alguns desafios como a existência de bambus que comprometiam a estrutura da edificação e a entrada da luz do sol, deixando o local muito úmido e insalubre. “Foi um processo coletivo para repensar o local e que mudou completamente a concepção da área externa”, ressalta a prefeita.
O projeto da nova área foi desenvolvido pelo professor de paisagismo Paulo Pelegrino, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), e dois mestrandos, Stefanie Gonzaga e Daniel Falconi, que trabalharam com base nas pesquisas do Labverde, laboratório da FAU que estuda soluções baseadas na natureza. O pós-doutorando da FAU Silvio Mota também participou do projeto, todos em conjunto com a equipe permanente da Prefeitura do campus, formada por jardineiros e outros profissionais.
Raquel explica que no local que antes estava reservado para estacionamento foi criada uma área de jardim para funcionar como espaço de convivência. Outra área com piso 100% permeável foi construída para os carros, além de jardins de chuva, que foram trabalhados com as espécies nativas da Mata Atlântica da própria região. Também foram usadas plantas do viveiro da Prefeitura, mantido no local próximo ao restaurante para produzir mudas para o campus.
O edital de concessão do restaurante também passou por algumas mudanças para o processo de contratação do novo concessionário. De acordo com a prefeita, a ideia é implementar pouco a pouco um cardápio que seja predominantemente orgânico, com identificação da origem dos alimentos.
“A ideia é que o restaurante seja aberto para toda a comunidade, não seja exclusivo dos professores, e receba servidores, alunos e até o público externo. É um lugar muito bonito que pode ser acessado por meio de uma trilha, que foi toda reformada e iluminada para ter um passeio para chegar ao restaurante no meio da mata”, conclui a prefeita.
Um espaço de encontros e histórias sobre a USP
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Espaço que funcionou de 1986 a 2016, o Clube dos Professores da USP é considerado uma iniciativa importante na história da Universidade pois conseguia reunir cientistas de diversas áreas em diálogos informais interdisciplinares, promovendo parcerias e atividades que ajudaram a construir a excelência acadêmica da USP.
Parte da história do clube foi registrada pelo professor Claudio Gorodski, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, que escreveu o livro O Clube dos Professores da USP: origens e desígnios. Alho, cebola, sal … e amor. A obra pode ser adquirida na editora Livraria da Física neste link.
O autor conta que a ideia do clube surgiu com o professor José Goldemberg, que criou o espaço quando era reitor da Universidade. Ele imaginou criar um ambiente de diálogo e de descontração para os professores: de lançamento de livros a sessões dançantes, o clube ajudou a promover intercâmbios de ideias entre pesquisadores do Brasil e do exterior.
“Sempre que convidamos colegas estrangeiros, sobretudo europeus, eles ficam impressionados com a paisagem – e também, é claro, com as generosas porções servidas pela churrascaria. O clube tem recebido personalidades de destaque – como o imperador do Japão e o presidente de Portugal”, diz em uma das entrevistas no livro. A visita do casal imperial do Japão à USP em 1997 e o almoço com feijoada no local ficaram registrados também na edição de junho daquele ano do Jornal da USP.
“Pudemos continuamente testemunhar, ao longo dos trinta anos de sua existência, a imensa importância do clube para a produção intelectual de nosso centro: conversas, lançamentos, encontros, orientações de teses, reuniões editoriais, parcerias com colegas de universidades estrangeiras etc. ocorriam naquele ambiente, de excelência profissional e, ao mesmo tempo, extremamente acolhedor do clube”, registraram em sua revista os pesquisadores do Centro de Estudos Medievais Oriente & Ocidente da Faculdade de Educação (FE) da USP.
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O Restaurante do Viveiro fica na Rua do Matão, 801, na Cidade Universitária, bairro do Butantã, em São Paulo, e funciona das 11h às 14h30, com oferecimento de pratos executivos e buffet por quilo.
