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Janeiro, mês de férias escolares. Mas não para 900 professores de escolas públicas inscritos no Encontro USP-Escola. A 17ª edição do evento foi realizada na terceira semana do ano em diversas unidades da USP na capital. Na abertura, o auditório Ariosto Mila, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, teve todos os seus 450 lugares ocupados por participantes ansiosos pela programação, que se estendeu de segunda a sexta-feira.
O objetivo, já consolidado, foi o de promover uma ampla integração entre academia e escolas públicas. “São atividades como debates, oficinas, palestras e seminários que vão ao encontro, sempre, do interesse do professor em sala de aula”, explica a coordenadora Vera Bohomoletz Henriques, professora do Instituto de Física (IF) da USP. “Mas também oferecemos um espaço para debates de questões amplas de educação e das políticas públicas envolvidas.”
Nesta edição de verão de 2019 foram realizados 26 cursos de atualização – todos gratuitos, com carga horária de 40 horas e certificados. Os conteúdos passaram por temas como tecnologia da informação e comunicação, economia, física moderna para os ensinos fundamental e médio, africanidade, cultura indígena e educação ambiental, entre outros.
As inscrições de professores que já vieram em edições anteriores do USP-Escola, realizadas regularmente nos meses de janeiro e julho desde 2011, são o termômetro do sucesso do encontro. “A via principal [de participações] tem sido a do próprio professor cursista que divulga para seus colegas”, comemora Bohomoletz.
Coordenador de uma escola estadual em Carapicuíba, na região metropolitana, Valter Arnaldo Galiardi se matriculou no ano passado para um curso de física. Nesta edição, trouxe mais quatro colegas. “Estamos pensando até em implantar na própria escola, durante esses recessos, a obrigatoriedade dos professores virem”, planeja.
É muito interessante a troca de experiências com todos os professores, as visões diferentes em sala de aula. Como gostamos da área de educação, vir para cá é um prazer”, afirma Valter Arnaldo Galiardi.
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É um momento de, nas férias, encontrar os colegas, se aprimorar sobre algum tema e pensar o cotidiano em sala de aula”, acrescenta a professora de história Juliana Borges, que trabalha em uma escola municipal de Guaianases, no extremo leste da capital. “Gosto bastante de participar. Me ajuda como pessoa e como professora.”
Fiquei sabendo do USP-Escola por duas professoras que fizeram em julho e gostaram muito”, disse Regina Maria Acquarone, graduada e licenciada em História pela USP. “Achei interessante. Vim buscar alternativas de abordagens nos temas porque está difícil dar aulas hoje em dia”, explicou a professora com 20 anos de experiência.
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De fato, segundo a coordenadora do encontro, “além de melhorar e atualizar conhecimentos específicos, auxiliamos esses professores a ganhar autonomia. Ou seja, não apenas oferecendo os conhecimentos, mas organizando cursos e atividades que permitam que o professor passe, ele mesmo, a ser um pesquisador”.
Novo vínculo
A partir desta 17ª edição, a gestão do Encontro USP-Escola passa do Instituto de Física para a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU). “Trata-se de um programa de grande importância para a extensão universitária, já que promove um intercâmbio real entre a USP e os professores das escolas públicas”, destaca a pró-reitora Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado.
A ideia é, na próxima edição de 15 a 19 de julho, ampliar e integrar a iniciativa a outros projetos e institutos da USP. “Nas próximas edições será possível perceber algumas inovações, não apenas na forma de organização mas também no papel que os professores participantes poderão desempenhar após os cursos, fortalecendo e mantendo ativos os laços deles com a Universidade de São Paulo por meio de outros programas bem-sucedidos, como o Vem pra USP, desenvolvido na Pró-Reitoria de Graduação”, adianta.
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Números e curiosidades
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Fabio Rubira / Divisão de Comunicação Institucional da PRCEU