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“Com toda a opressão militar, é incrível percebermos as mobilizações da sociedade civil da Ucrânia para proteger seu patrimônio histórico, arquitetônico e artístico. Documentar os ataques a bibliotecas, a museus e outros lugares de memória, além de monumentos e obras públicas”, comenta a artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP em sua coluna Ouvir Imagens na Rádio USP (clique e ouça o player acima). “Sou da opinião que nenhuma guerra é legítima. É verdade, sim, que a Ucrânia é um importante reduto neonazista, mas não se pode legitimar uma invasão, como a da Rússia, de forma alguma. Até porque temos que considerar que sua população civil, suas crianças, e outros grupos políticos não têm nenhuma relação com esses grupos terríveis como Azov, e estão pagando um preço alto pela guerra e sendo muito penalizados pelos bombardeios.”

Giselle Beiguelman destaca a iniciativa do curador Leno Veras, gerente de documentação e pesquisa do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-RJ, e um dos expoentes da reflexão sobre patrimônio e redes. “Leno Veras reuniu imagens que estão circulando fragmentariamente pelas redes, onde vemos a proteção improvisada, feita por voluntários, com sacos de areia ao redor de um monumento de Odessa. Estátuas e chafarizes embrulhados com papelão e plástico e um museu com todas as suas obras recolhidas, escondidas em uma sala, também improvisada, no subsolo. Vemos também a destruição do que foi uma biblioteca para a juventude e uma performance contra a guerra de um artista nu em frente ao monumento nacional em Kiev.”

Leno Veras fez essa curadoria para o projeto Demonumenta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. “Demonumenta discute a colonialidade embarcada no patrimônio e metodologias para intervir, crítica e criativamente, nos circuitos de produção das políticas de memória.”

O trabalho do curador Leno Veras pode ser visto no Instagram @leno.veras, Instagram @demonumenta_

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