Em um ano de crises contínuas espalhadas pelo mundo, a professora Marília Fiorillo finaliza sua coluna neste ano chamando a atenção para duas vozes que se contrapõem e que podem muito bem dar o tom do ano que está se despedindo. Ela se refere à líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, de 64 anos, e da sueca Greta Thunberg, de 16 anos, “duas vozes opostas que nos deixaram boquiabertos. Uma, por choque e repugnância, a outra, de alegria”.
A líder de Mianmar foi a Haia esta semana e defendeu o genocídio da minoria muçulmana rohingya. Marília diz que Suu Kyi poderia ter se poupado, “mas fez questão de comparecer e afirmar que o Ocidente não compreende direito os conflitos interétnicos” . A colunista ressalta que Suu Kyi nem se preocupou em pronunciar a palavra rohingya em suas alegações. “Se um povo não tem nome, claro, não existe.”
Já a garota Greta surpreendeu positivamente, falou duro e não escondeu emoções como raiva e pânico. Em seu discurso na ONU, condenou a inércia dos líderes mundiais com o colapso do planeta, mas não se limitou apenas a questões ambientais. “Se a experiente Aung San Suu Kyi expõe o quão desprezível alguém pode ser, a garota Greta nos eleva ao patamar do amável e respeitável, da seriedade e, sobretudo, da esperança”, diz Marília, antes de completar: “Milhões de Gretas em 2020, ou, pelo menos, que o ano nos seja mais leve”.
Acompanhe, pelo link acima, a íntegra da coluna Conflito e Diálogo.
Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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