O que São Paulo, Londres e Nova York têm em comum? Essas três cidades são consideradas cidades globais, ou seja, que se destacam por centralizar decisões mundiais e cuja importância transcende seus países de origem. No USP Analisa desta semana, o professor Marcos Buckeridge do Instituto de Biociências (IB) da USP fala sobre os desafios dessas cidades em relação ao bem-estar da população e ainda sobre as iniciativas e resultados do Programa USP Cidades Globais, do qual também é coordenador.
Segundo ele, a classificação de cidades globais deve-se ao relatório produzido pela consultoria norte-americana AT Kearney. “Uma cidade global é uma cidade que influencia as outras cidades do mundo, que basicamente tem ideias novas e é a locomotiva das outras cidades. Elas têm as melhores universidades, a melhor comida, a melhor cultura e vários outros aspectos. As duas mais importantes hoje são Londres e Nova York. Também temos algumas no Brasil. São Paulo aparece na 34ª posição do ranking e o Rio de Janeiro, na 39ª”, diz Buckeridge.
Segundo o professor, além de São Paulo e Rio de Janeiro há outras cidades brasileiras que podem alcançar boas posições no ranking. Ser capital não é imprescindível para se tornar uma cidade global. “Temos duas capitais brasileiras que podem vir a fazer parte dessa elite das cidades globais. Mas não são apenas essas duas que são cidades globais no Brasil. Temos Salvador, Recife, entre outras . E não precisa ser capital, ser grande, precisa influenciar o mundo, ter ideias nesse sentido. Ribeirão Preto, por exemplo, poderia ser uma cidade global. É uma cidade extremamente importante no Estado e no País. Então poderia claramente ser uma cidade global”, afirma.
De acordo com dados científicos, em 2040 o planeta atingirá 90% de urbanização. Com a quase totalidade dos habitantes vivendo em cidades, pensar melhor esses espaços para que proporcionem bem-estar aos cidadãos torna-se um grande desafio. Por isso, foi criado o Programa USP Cidades Globais, que é desenvolvido no Instituto de Estudos Avançados. “Sabíamos que existiam vários grupos na universidade trabalhando com temas relacionados a cidades e em diversas áreas, como arquitetura, biologia, engenharia e até medicina. Assim, criamos um programa para que a resultante desses projetos seja multidisciplinar. Realizamos vários eventos, participamos da Virada Sustentável e proporcionamos muitas discussões. O objetivo é entender melhor a cidade em que vivemos”, explica Buckeridge.
O USP Analisa é uma produção conjunta da Rádio USP em Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.
Por: Thais Cardoso, Assessoria de Imprensa do IEA-RP