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Nesta coluna, Renato Janine Ribeiro comenta dois casos envolvendo a falta de ética profissional: o anestesista que abusou sexualmente de uma paciente durante o parto e a enfermeira que vazou dados sigilosos da atriz que engravidou após um estupro e optou pela doação legal do bebê.

Para o professor, o caso do anestesista merece repulsa e todas as punições previstas em lei, entre elas, a reclusão e a perda do direito de exercer a medicina. O colunista alerta que, muitas vezes, em casos semelhantes, a defesa alega algum tipo de problema mental, ou uso de remédio, etc., e é preciso olhar essas alegações com muito cuidado, pois trata-se de uma estratégia para não serem responsabilizados por suas atitudes.

O mesmo vale para o caso da enfermeira, que também deve ser punida. O caso é um convite à reflexão: por que algumas pessoas se sentem no direito de tratar a vida íntima dos outros como se fosse uma mercadoria que podem vender e tirar vantagem?

Janine questiona se os dois casos não seriam indicativos de que há falhas na formação ética de profissionais da saúde que lidam com o sofrimento alheio. “Não seria o caso de fortalecer a educação ética para as pessoas perceberem o respeito que devem dar aos outros? E com isso não deveria vir junto também uma certa atenção à psique dessas pessoas que vão lidar com o sofrimento alheio? Porque, muitas vezes, são jovens de 18 anos que estão vendo cadáveres. Quem os preparou para lidar com isso?”, finaliza.