Patinetes elétricos não resolvem problemas de mobilidade em grandes cidades

Para Nabil Bonduki, em relação à saúde dos usuários e à mobilidade ativa, que inclui a caminhada e o uso de bicicletas, o patinete elétrico “só tem desvantagens”

 05/11/2019 - Publicado há 5 anos

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Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, discute os impactos dos patinetes elétricos na rotina das grandes cidades.

“Do ponto de vista do usuário, o patinete é atraente, mas ele é perigoso em uma cidade como São Paulo”, alerta o especialista ao reforçar que, além do design com rodas pequenas e pouca proteção para o usuário, o patinete circula, muitas vezes, em solos irregulares. Ambos os fatos ampliam a chance de acidentes.

Mesmo quando em pistas adequadas e ciclovias, para o professor, os patinetes concorrem com o transporte de carros e de pedestres, o que gera ainda mais riscos. “O que me surpreende é que a maior parte dos acidentes são graves, com 84% dos acidentes incluindo quebras de ossos ou algum tipo de traumatismo”, afirma ele. Para Bonduki, em relação à saúde dos usuários e à mobilidade ativa, que inclui a caminhada e o uso de bicicletas, o patinete elétrico “só tem desvantagens”.

Além disso, o urbanista reforça que o alto custo de produção e manutenção dos patinetes pode ser prejudicial para o meio ambiente. “Estudos mostraram que a vida útil de um patinete de aluguel é de 28 dias, portanto, precisa-se produzir muitos patinetes utilizando lítio, alumínio e uma série de materiais que, no processo de produção, geram emissão de carbono”, finaliza.


Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio  USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP.

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