Segundo o professor Octávio Pontes Neto, a epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM) é um tipo de epilepsia que se origina no lobo temporal do cérebro. É chamada de mesial por que as convulsões começam em uma região específica do lobo temporal, chamada de mesial, que inclui o hipocampo e a amígdala.
“A ELTM é a forma mais comum de epilepsia resistente a medicamentos em adultos e pode causar convulsões complexas, que afetam a consciência e a memória. A causa do distúrbio não é completamente compreendida, mas acredita-se que seja devido a uma combinação de fatores, como lesões cerebrais, histórico familiar de epilepsia, infecções ou inflamação do cérebro e condições médicas como a esclerose mesial temporal”, ressalta.
O seu tratamento geralmente envolve medicação antiepiléptica para controlar as convulsões. No entanto, cerca de 30% das pessoas não respondem a esses medicamentos e precisam de outras opções de tratamento, como cirurgia ou estimulação cerebral profunda.
Sobre as novidades no tratamento, o professor explica que, em estudo apresentado na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, a terapia celular neural experimental mostrou ser segura e eficaz na redução de crises epilépticas em dois pacientes com epilepsia de lobo temporal mesial resistente a medicamentos. Para Octávio Pontes, embora a terapia ainda esteja em estágio experimental, os resultados preliminares são promissores e indicam que ela pode oferecer uma nova abordagem para o tratamento de pacientes com ELTM. No entanto, ressalta o professor, “mais pesquisas são necessárias para determinar a eficácia da terapia em um grupo maior de pacientes e avaliar seus possíveis efeitos colaterais e riscos a longo prazo. Ainda assim, a terapia celular neural pode oferecer esperança para pacientes com epilepsia resistente a medicamentos que não respondam a terapias convencionais”.
O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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