Boom imobiliário na pandemia não interrompe crise habitacional

“Esse crescimento que tivemos no mercado, no ano passado, tem muito mais a ver com a dinâmica do mercado financeiro do que com a do mercado residencial”, explica a professora Raquel Rolnik

 08/07/2021 - Publicado há 3 anos
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A cidade de São Paulo registrou o melhor cenário em vendas de imóveis, no mês de maio, com a comercialização de 5.800 apartamentos vendidos. Só para se ter uma ideia, este é o melhor resultado imobiliário na cidade em 17 anos. Parece difícil acreditar que estamos na pandemia, com uma grande crise em diversos setores, e esse boom imobiliário registra um aumento de 10% em 2020.

Engana-se quem pensa que esses números refletem o fim da emergência habitacional, longe disso. O fato é que “esse crescimento que tivemos no mercado, no ano passado, tem muito mais a ver com a dinâmica do mercado financeiro do que com a do mercado residencial”, explica a professora Raquel Rolnik.

A taxa de juros Selic registrou o índice mais baixo da história, o que proporcionou esse aumento no setor porque permitiu financiamentos com taxas “atraentes” e possibilidade de rentabilidade, isso sem falar das startups imobiliárias, que ajudaram a consolidar os negócios no setor de venda e aluguel.

A situação só piora para quem precisa morar, porque parte dessas vendas ocorreu no setor de alto padrão, passando bem longe de quem precisa de um teto para viver.


Cidade para Todos
A coluna Cidade para Todos, com a professora Raquel Rolnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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