A Rádio Senado FM é uma emissora legislativa vinculada diretamente ao Senado Federal, que compõe o Poder Legislativo Federal. Inaugurada em 1997, a emissora transmite ao vivo as principais votações em pauta no Congresso Nacional e produz programas de entrevistas, debates e cultura. A Rádio Senado elabora também o Jornal do Senado com informações sobre o legislativo que é transmitido pela Voz do Brasil.
A entrevista desta edição é com o diretor da Rádio Senado FM, Celso Cavalcanti, jornalista concursado do Senado Federal. Cavalcanti acredita que a emissora aproxima o Parlamento dos cidadãos e contribui para o aprimoramento da democracia.
“Há pesquisas demonstrando o aumento da participação dos cidadãos nas atividades do Parlamento, seja sugerindo projetos de lei e proposições, seja dando sua opinião com relação a temas que estão sendo discutidos. Eles [os cidadãos] se sentem participantes e passam também a conhecer melhor os seus parlamentares”, disse o diretor.
Cavalcanti afirma que a rádio tem o compromisso de produzir também conteúdo para promover a cultura brasileira. Além disso, os jornalistas da rádio trabalham atentos com a preocupação de transformar a linguagem formal e complexa das leis e dos regimentos do Congresso Nacional em informação acessível para que o público possa compreender como as decisões legislativas afetam a vida das pessoas.
Em 18 anos de trabalho no Senado, Cavalcanti percebe que diversas vezes as rádios e televisões comerciais deixam de cobrir debates do Parlamento sobre questões relevantes para o país. Ele afirma que, na emissora legislativa, estão sempre presentes inclusive temas discutidos em comissões parlamentares internas. Cavalcanti lembra que, como repórter, muitas vezes fez reportagens em audiências públicas em que era o único profissional de imprensa presente para a cobertura jornalística sobre o assunto.
Alguns teóricos da radiodifusão conceituam as emissoras legislativas como emissoras estatais pelo fato de pertencerem ao Estado. Nesse entendimento, a autonomia administrativa poderia sofrer interferências da autoridade de um dos três poderes da República a que a emissora estiver subordinada. É possível, no entanto, que a emissora estatal conquiste autonomia editorial e administrativa no curso de sua tradição com o apoio da sociedade em que atua.
Sobre a questão, o diretor da Rádio Senado FM afirma que não há uma subordinação direta da emissora a um senador ou a qualquer grupo específico do Congresso que possa interferir ou definir o ângulo das reportagens produzidas. Na avaliação de Cavalcanti, o que a Rádio Senado FM faz é praticar a comunicação pública.
Cavalcanti conta que os jornalistas da rádio fazem o esforço de incluir nas edições a diversidade de pontos de vista que “espelhem a pluralidade dos debates que acontecem no Senado Federal e a multiplicidade de ideias, opiniões e ideologias”.
A Rádio Senado recebeu diversas premiações por programas produzidos pela equipe de profissionais. Cavalcanti comenta algumas das reportagens contempladas durante a entrevista.
A programação da Rádio Senado é transmitida em FM para Brasília e outras dezesseis capitais. É possível ouvir a emissora pelo site da Rádio Senado na internet e pelo aplicativo Senado Notícias. Há também diversos programas em formato de podcast.
Todo o conteúdo produzido está ainda disponível gratuitamente para emissoras de rádio no portal da RadioAgência Senado.
Sugestão de leitura complementar sobre o tema:
“As TVs legislativas como instrumento de promoção do pluralismo e da diversidade“, de Fernando Oliveira Paulino. Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação da Câmara dos Deputados, 2019.
“Indicadores de qualidade nas emissoras públicas: uma avaliação contemporânea”, de Eugênio Bucci, Marco Chiaretti e Ana Maria Fiorini. Unesco, 2012.
Universo das Emissoras Públicas
O Universo das Emissoras Públicas vai ao ar quinzenalmente às sextas-feiras, às 17h, pela Rádio USP FM 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP FM 107,9 (Ribeirão Preto). As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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