O Mar Não Está Pra Peixe #2: Entre a rede e o anzol

Promover a sustentabilidade da pesca é um dos maiores desafios de conservação da biodiversidade marinha. Mais de um terço dos estoques pesqueiros do mundo estão sendo explorados de forma excessiva, segundo a FAO, mas pesquisas mostram que é possível reverter esse quadro com uma boa gestão da pesca. Só que o Brasil não produz estatísticas pesqueiras há mais de uma década

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 Publicado: 18/07/2024
O Mar Não Está Pra Peixe - USP
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O Mar Não Está Pra Peixe #2: Entre a rede e o anzol
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A pesca é apontada por pesquisadores como a atividade humana de maior impacto sobre a biodiversidade marinha. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (a FAO) estima que quase 5 milhões de barcos de pesca estão em atividade no mundo atualmente, extraindo cerca de 80 milhões de toneladas de pescado por ano do oceano. O impacto disso sobre a vida no oceano é profundo: 38% das populações de pescado do mundo — ou “estoques pesqueiros”, como se diz na linguagem técnica — estão sendo sobrepescadas atualmente; sendo que 50 anos atrás, esse índice era de apenas 10%.

Mas há boas notícias saindo no mar também. Várias experiências e estudos demonstram que é possível recuperar a saúde desses estoques com uma boa gestão da atividade pesqueira, pautada pela sustentabilidade das populações marinhas e de pescadores. 

Esse é o tema do segundo episódio do podcast O Mar Não Está Pra Peixe, uma produção do Jornal da USP, com apoio do Instituto Serrapilheira, sobre os impactos das atividades humanas no oceano. O repórter Herton Escobar foi até Natal, no Rio Grande do Norte, acompanhar o desembarque de atuns e espadartes pescados em alto mar por uma frota nacional, e conversou com especialistas sobre a escassez de dados necessários para fazer uma boa gestão da pesca no Brasil. O último Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura do País foi publicado em 2011.

O podcast terá cinco episódios no total, abordando desafios relacionados à pesca, à poluição plástica, à ocupação predatória das regiões costeiras, à criação e manutenção de áreas protegidas marinhas, e ao cumprimento das metas de sustentabilidade estabelecidas pela ONU e outras organizações internacionais para o ambiente marinho — que estão muito longe de ser cumpridas.

Os episódios serão lançados a cada 15 dias e ficarão disponíveis tanto no site do Jornal da USP quanto nas principais plataformas de áudio (Spotify, Apple Podcasts e CastBox). Veja o calendário de publicações abaixo:

  • 4/7 — Episódio 1: Em águas quentes
  • 18/7 — Episódio 2: Entre a rede e o anzol
  • 1º/8 — Episódio 3: Afogando em plásticos
  • 15/8 — Episódio 4: Destruição à beira-mar
  • 29/8 — Episódio 5: Tempestade perfeita 

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