Mosaicos Culturais #91: Racionais MC’s cantam “Periferia é periferia (em qualquer lugar)”

Racionais MC’s é o maior grupo de rap do Brasil, formado por Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay, fundado em 1988 na cidade de São Paulo. O nome da banda foi inspirado no título do disco Tim Maia Racional, de Tim Maia, 1975. Suas canções são conhecidas nacional e internacionalmente por seu viés social; entre outros temas, denunciam a desigualdade social, a violência policial, a exclusão social das comunidades e o racismo perpetuado, que contribuem para a degradação da vida dos jovens negros brasileiros.

Um dos álbuns mais populares do grupo é Sobrevivendo no inferno, de 1997, que vendeu cerca de 500 mil cópias. Com seu lançamento, os Racionais MC’s deixaram de ser apenas um fenômeno da periferia paulistana, fazendo sucesso em todo o Brasil. Em 2007, o álbum figurou na 14ª posição da lista dos 100 melhores discos da música brasileira, segundo a revista Rolling Stone Brasil. Em 2018, o álbum foi selecionado para entrar na lista de obras de leitura obrigatória para o vestibular da Unicamp a partir de 2020, o que ampliou sua notoriedade entre o público adolescente (com informações da Wikipédia).

Entre as faixas do álbum, Periferia é periferia (em qualquer lugar) foi composta por Edi Rock, um dos integrantes da banda. O rapper e compositor começou sua carreira em 1984, organizando bailes em residências ao lado do companheiro KL Jay.

A letra de Periferia é periferia (em qualquer lugar) retrata vividamente as dificuldades das periferias. Ao criticar a negligência estatal, as drogas e a miséria, o grupo inicia a canção com a frase “Este lugar é um pesadelo periférico”. A canção é uma súplica por conscientização e mudança social (com informações do Letras.mus).

Ao som de Periferia é periferia (em qualquer lugar), Natan Hebert, estudante de pós-graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades (PPGHDL) na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Natan comenta que o álbum Sobrevivendo no inferno retrata a vida nas ruas da periferia do Capão Redondo (SP), com a qual ele se identifica. Para ele, as canções consideradas boas são aquelas que possuem uma boa harmonia, ritmo e uma “pitada de vivência também”.

Ouça o podcast no link acima
O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais . Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que Estudantes Ouvem , transmitido nos dias 30 de agosto e 2 de setembro de 2024.

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Por Regina Lemmi
Estagiária sob supervisão de Magaly Prado