Minuto Saúde Mental #14: Familiares de vítimas de violência também podem desenvolver Transtorno de Estresse Pós-Traumático

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático era parte do grupo de transtornos de ansiedade até recentemente, quando mudou de categoria e foi incluído na classificação de transtornos relacionados a traumas e estressores, que é um grupo de transtornos que vem sendo bastante estudado na última década

 13/05/2021 - Publicado há 3 anos
Minuto Saúde Mental - USP
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Minuto Saúde Mental #14: Familiares de vítimas de violência também podem desenvolver Transtorno de Estresse Pós-Traumático
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Talvez você já tenha ouvido falar de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), mas o que pouca gente sabe é que ele pode ocorrer não só com a pessoa que sofreu o trauma, mas também com familiares ou outras pessoas próximas. É sobre o TEPT que o professor João Paulo Machado de Sousa fala neste episódio do Minuto Saúde Mental.

O professor dá como exemplo quando uma pessoa da família relata ter sofrido um assalto e, desde então, tem sonhos frequentes de estar sendo assaltado, medo de passar por certos lugares e incômodo sempre que vê ou ouve algo relacionado a isso. O que está acontecendo com essa pessoa? Pelos sintomas, diz o professor, é provável que essa pessoa esteja sofrendo desse transtorno e precise de ajuda médica e psicológica. 

Segundo Sousa, esse transtorno era parte do grupo de transtornos de ansiedade até recentemente, quando mudou de categoria e foi incluído na classificação de transtornos relacionados a traumas e estressores, que é um grupo de transtornos que vem sendo bastante estudado na última década.

O diagnóstico de TEPT é baseado, em primeiro lugar, na ocorrência de um trauma. “Esses eventos são definidos como morte ou ameaça de morte, agressão ou ameaças de agressão grave e ameaça ou concretização de violência sexual. Além dos tipos de trauma, o diagnóstico também leva em conta o tipo de exposição, que pode ser direta (quando a pessoa sofre o trauma), como testemunha ou, como no caso do nosso ouvinte, exposição ao relato de trauma sofrido por pessoa próxima.”

O professor acrescenta que “um último tipo de exposição engloba a exposição indireta a detalhes desagradáveis do evento traumático, como acontece com policiais ou profissionais de saúde que atendem a vítima, por exemplo”.

Além do trauma, informa Sousa, vários outros tipos de sintomas devem estar presentes para que se faça um diagnóstico de TEPT, dentre os quais são comuns lembranças indesejadas do evento, hipervigilância, evitar lugares ou sentimentos relacionados ao trauma e alterações de sono e concentração.

O professor termina destacando que os sintomas devem estar presentes por pelo menos um mês e devem causar prejuízo funcional para que o diagnóstico seja estabelecido. “O que você deve fazer, portanto, é procurar um psicólogo ou psiquiatra que te ajude a entender o que está acontecendo.”

Minuto Saúde Mental tem apresentação do professor João Paulo Machado de Sousa, produção dos professores Sousa e Jaime Hallak, com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional, iniciativa do CNPq e da Fapesp.

 


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