No Curioso por Ciência desta semana Eduardo Nazaré, do Dr. Fisiologia, traz os resultados da pesquisa de Jonathas Rodrigo dos Santos sobre o impacto do treinamento intervalado de alta intensidade, conhecido como HIIT, na saúde do cérebro. O exercício físico pode afetar a plasticidade do nosso cérebro, ou seja, pode ajudar o cérebro a se adaptar e mudar, o que é crucial para a aprendizagem e a memória. A pesquisa, feita em camundongos, queria saber se esse tipo de exercício poderia melhorar a plasticidade neuronal, a saúde das mitocôndrias, as usinas de energia das nossas células e o estado redox, ligado ao equilíbrio entre antioxidantes e radicais livres no corpo.
Para este estudo os pesquisadores dividiram camundongos de 13 semanas de idade em dois grupos: um que não fez exercício e outro que seguiu um programa de HIIT, com três dias de exercícios intensos intercalados com sessões de intensidade moderada. Após uma semana, os resultados mostraram que o HIIT aumentou a presença de fatores importantes no cérebro, como o BDNF (sigla em inglês para fator neurotrófico derivado do cérebro), que ajuda na sobrevivência e crescimento das células nervosas, e o DCX (sigla em inglês para células duplo-cortina), envolvidas na formação de novas células nervosas. Também foi observado um aumento no conteúdo mitocondrial, mas sem grandes mudanças no estado redox do cérebro.
Após cinco semanas, os efeitos foram ainda mais impressionantes. Houve um aumento na atividade de uma enzima-chave no hipocampo, uma área crucial para a memória, e uma diminuição na produção de radicais livres prejudiciais. Assim, o estudo concluiu que o HIIT pode aumentar a plasticidade do cérebro e melhorar a saúde mitocondrial sem alterar drasticamente o estado redox. Para Eduardo, essas descobertas são uma ótima notícia para todos nós que buscamos maneiras de manter o cérebro saudável e ativo.
A pesquisa de mestrado Uma semana de treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) aumenta a plasticidade neuronal no hipocampo independentemente do estado redox foi defendida no programa de pós-graduação em Bioquímica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, em 2020, com orientação da professora Luciane Carla Alberici.
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