O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com o físico George Borari. Professor na escola indígena Antônio de Sousa Pedroso, em Alter do Chão, no Pará, Borari fala sobre a importância do ensino do nheengatu, língua indígena intercultural que passa por um processo de revitalização.
Explica o professor, a língua nheengatu “pode fazer referência à Língua Geral Amazônica (LGA) e à Língua Geral Paulista”, ambas derivadas de “uma língua que os portugueses não entendiam”. Mas, conta Borari, como “observavam e ouviam o que todos os indígenas falavam”, os portugueses aprenderam a linguagem e a manipularam “para a colonização, catequização, missões”.
Para os povos indígenas, a língua nheengatu é “muito significativa” porque retoma a sua origem, lembra o professor, afirmando que os antepassados desses povos foram “proibidos de falar a língua indígena, perseguidos e assassinados”. E na Amazônia, região onde é mais falada, ganha a “identidade amazônica” porque era o modo como os povos da região se comunicavam entre si, de acordo com registros históricos.
Atualmente, a língua passa por um processo de revitalização e de fortalecimento. Após passar muitos anos adormecida e perder espaço para a língua portuguesa, Borari afirma que a língua nheengatu nunca deixou de ser falada no cotidiano dos povos indígenas e que existe uma herança linguística desses povos na cultura brasileira.
Borari também fala sobre o ensino do nheengatu nas escolas, que tem como objetivo valorizar e preservar a língua. Cita também Antônio de Sousa Pedroso, um professor que durante toda a sua vida colaborou para o desenvolvimento de Alter do Chão, sendo o pioneiro no campo educacional na região e que dá nome à escola onde trabalha.
Ambiente é o Meio