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Levantar questões, discutir princípios e apontar encaminhamentos com relação ao futuro. Esses são os principais objetivos do projeto Seminários Avançados USP do Futuro, uma iniciativa da Reitoria que, em sua primeira edição, promovida no dia 23 de setembro, no anfiteatro da Escola Politécnica (Poli), teve como tema Construindo a Educação do Futuro.

Durante uma manhã, um conjunto de palestras e uma mesa-redonda discutiram temas que englobaram desde a educação básica até o ensino superior, com inclusão do ensino técnico, na perspectiva de vislumbrar o novo mundo do trabalho. A ideia é que o resultado das discussões gere um documento-proposta que será disponibilizado para as autoridades federais, estaduais e municipais como contribuição da USP aos processos de melhoria da educação no Brasil.

Estão previstas novas edições do Seminário USP do Futuro que serão voltadas para as discussões sobre saúde, meio ambiente e cidades.

Segundo o coordenador executivo do projeto e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Fernando Cunha, “a ideia é discutir a questão da educação e apresentar para a sociedade propostas factíveis que possam ajudar a melhorar. Propostas, em um documento simples, que apontem para as prefeituras, para os Estados, em uma linguagem fácil de ser entendida, quais seriam as ações que poderiam melhorar a educação no Brasil e dar exemplos de iniciativas que deram certo”.

Para o coordenador-geral do projeto e chefe de Gabinete do Reitor, Arlindo Philippi Junior, a relevância dos temas discutidos, que englobam o ensino básico, a formação de professores, as inovações curriculares no ensino médio, a empregabilidade e a integração da universidade com a sociedade, caracteriza a ordem de prioridade estabelecida para esse primeiro ciclo de seminários.

A vice-reitora da Universidade, Maria Arminda do Nascimento Arruda, destacou que “o Brasil tem na educação um dos pontos mais complexos de seus problemas. Vivemos hoje, neste país, um momento regressivo e, por essa razão, a educação é uma porta de saída e de equacionamento dessas dificuldades que enfrentamos. A educação universal de qualidade, voltada para a formação da cidadania, é o instrumento mais poderoso para dirimir a desigualdade social. Este é o momento de as universidades terem um papel ativo e fundamental no âmbito da sua participação no debate público. A gestão atual da USP tem construído um compromisso inegociável com a agenda pública”.

O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior chamou a atenção para o fato de que “estamos passando por um período eleitoral no Brasil e o tema educação tem tido um debate pouco qualificado, mesmo nas propostas, nas discussões da sociedade. No ensino superior, por exemplo, o que pouco se discute é sobre financiamento e ampliação da oferta. Dentro dos atores sociais, a universidade talvez seja a única que possa liderar esse debate e possa induzir a sociedade para a discussão do tema”.

No final do evento, o diretor-executivo da organização não governamental Todos pela Educação, Olavo Nogueira Filho, entregou um exemplar do documento Educação Já Brasil e São Paulo ao reitor.