Uma das atividades mais impactadas pela pandemia da covid-19 foi a circulação de pessoas pelo mundo. De uma hora para outra, o trânsito de estudantes, pesquisadores e docentes foi praticamente suspenso e isso tem afetado não só os programas de intercâmbio, mas todo o conceito de internacionalização das universidades.
Esse é um dos temas que serão discutidos no THE Latin America Universities Summit 2021, que será realizado de maneira virtual, nos dias 13 e 14 de julho, e está sendo organizado pela USP e pela consultoria britânica de educação superior Times Higher Education (THE). As inscrições estão abertas, são gratuitas e podem ser feitas neste link.
“Essa é uma excelente oportunidade para que líderes de universidades de todo o mundo, em especial as latino-americanas, se encontrem para discutir temas de interesse geral, como estratégias de internacionalização, parcerias e impacto da pandemia”, afirma o presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Valmor Alberto Augusto Tricoli.
O presidente da Aucani, Valmor Tricoli – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Outro assunto abordado no THE Latin America Universities Summit 2021 é o impacto da pandemia no processo de internacionalização das universidades do mundo e, em especial, da América Latina.
“Até agora, a internacionalização sempre teve como base a mobilidade de estudantes, professores e pesquisadores. A USP, assim como outras universidades do mundo, já estava discutindo iniciativas que priorizassem a criação de um ambiente internacional dentro da própria instituição e também a realização de aulas e atividades virtuais, mas a pandemia acelerou todo o processo”, explica Tricoli.
E se, por um lado, a mobilidade de pessoas praticamente cessou, por outro, aumentou muito a interação de pesquisadores e o intercâmbio de informações, especialmente nas áreas ligadas à saúde. A assinatura de acordos e convênios, por se tratar de parcerias de longo prazo, também não sofreu com a pandemia.
Tricoli alerta que, embora o ambiente virtual tenha aumentado as oportunidades e democratizado o intercâmbio, ele limita muito a experiência cultural, uma parte crucial da internacionalização.
“A mobilidade vai além da experiência acadêmica e científica. É claro que é importante aprender outras maneiras de estudar, outras maneiras de se fazer ciência, mas também é importante experimentar novas culturas, expandir os horizontes pessoais, aprender a lidar com a diversidade e ser mais tolerante. É uma forma de os nossos alunos aprenderem a respeitar as diferenças e se tornarem cidadãos melhores”, defende.
A USP na América Latina
Como tem acontecido nos últimos anos, durante o encontro, será anunciado o THE Latin America University Rankings 2021, ranking que avalia mais de 400 universidades latino-americanas.
“No decorrer dos anos, os rankings não só se diversificaram como também evoluíram e ganharam importância, chegando a ser utilizados até como critério para o estabelecimento de parcerias. A USP tem sido considerada uma das principais universidades da América Latina, exercendo, em certa medida, um papel de liderança na região. Uma das diretrizes da Aucani, atualmente, é ampliar as parcerias com instituições da América Latina, da África e da Ásia, estimulando a criação de redes locais, por exemplo”, explica Tricoli.
O dirigente reforça que “a USP analisa e leva em consideração as informações contidas nos rankings, mas eles não pautam a nossa estratégia de internacionalização. Esperamos que uma boa posição nos rankings seja a consequência e reflita a evolução do nosso trabalho”.