
O compositor paulista Camargo Guarnieri (1907-1993) – ex-diretor artístico da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) – tem a sua obra revisitada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), que em dois CDs apresenta os Choros do “maior músico das três Américas”, como classificou a Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1992.
O primeiro CD, Choros I, acaba de ser lançado. Ele traz quatro obras de Guarnieri: Seresta para Piano e Orquestra, Choro para Violino e Orquestra, Choro para Flauta e Orquestra de Câmara e Choro para Fagote e Orquestra. A gravação tem direção musical de Isaac Karabtchevsky e traz como solistas quatro músicos da Osesp: Davi Graton, Claudia Nascimento, Olga Kopylova e Alexandre Silvério.
O segundo CD será gravado nos dias 19, 20 e 21 deste mês, na Sala São Paulo, em apresentações abertas ao público. Desta vez, serão interpretados o Choro para Clarinete e Orquestra (com solos de Ovanir Buosi, nos dias 19 e 20), o Choro para Viola e Orquestra (com Horácio Schaeffer, nos dias 19 e 20), o Choro para Violoncelo e Orquestra (com Matias de Oliveira Pinto, nos dias 19 e 21) e o Choro para Piano e Orquestra (com Olga Kopylova, nos dias 20 e 21). A regência será do maestro Roberto Tibiriçá.
Os dois volumes fazem parte da série Música do Brasil, do selo Naxos.

“Camargo Guarnieri merece figurar no hall dos grandes compositores mundiais da segunda metade do século 20, e os registros de grande qualidade técnica e musical realizados pela Osesp são fundamentais para que esse reconhecimento seja ampliado”, disse Cornelia Rosenthal, representante do selo Naxos no Brasil, em nota divulgada pela gravadora.
Não é a primeira vez que a Osesp grava CDs com obras do ex-diretor artístico da Osusp. A orquestra tem outros cinco álbuns com sinfonias e sonatas do compositor paulista, conforme mostra sua discografia.
Nascido em Tietê (SP), Camargo Guarnieri é um dos principais nomes do modernismo na música brasileira. Foi diretor artístico da Osusp por 18 anos, de 1975 até sua morte. Em 2000, o arquivo do compositor foi doado pela família para o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. Ele soma cerca de 30 mil documentos, incluindo partituras autógrafas, cartas, ensaios e fotografias. Com 2.500 obras, a biblioteca do compositor também faz parte do acervo. O compositor empresta seu nome ao anfiteatro instalado na Cidade Universitária, em São Paulo.
