Cena do filme Você Morrerá aos 20 – Foto: Reprodução/Cinusp

Cinema da USP apresenta mostra de filmes africanos

Sessões acontecem de 11 a 15 de julho, às 16 e às 19 horas, no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária

 11/07/2022 - Publicado há 2 anos

Texto: Redação

Arte: Adrielly Kilryann

Nesta semana, o Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp) vai apresentar a Mostra de Cinemas Africanos. Desta segunda-feira, dia 11, até sexta, dia 15, serão exibidos dez filmes produzidos em países da África, em sessões gratuitas que acontecem às 16 e às 19 horas, na sala do Cinusp no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária, em São Paulo. A curadoria é da pesquisadora Ana Camila Esteves, mestre em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), curadora colaboradora do Africa in Motion Film Festival, na Escócia, e colaboradora do site Por Dentro da África, onde escreve sobre cinema africano.

O primeiro filme a ser exibido na mostra, nesta segunda-feira, dia 11, às 16 horas, é Mandabi (Mandabi, Senegal/França, 1968, 92 minutos), dirigido por Ousmane Sembène. Ele conta a história de um pai de família senegalês, abalado por uma ordem de pagamento de um parente instalado em Paris, na França, e atormentado pela corrupção, pela ganância, por familiares problemáticos e pela mudança de seu modo de vida tradicional para um mais moderno. “Sembène aborda com humor os problemas da sociedade pós-colonial, trazendo uma crítica afiada temperada com sátira e com uma trilha musical composta pelo próprio diretor”, segundo sinopse publicada no site do Cinusp.

Cena do filme Mandabi - Foto: Reprodução/Cinusp

Ainda nesta segunda-feira, às 19 horas, acontece a exibição do filme Boa Senhora (Mlungu Wam, África do Sul, 2021, 92 minutos), dirigido por Jenna Cato Bass. Uma mistura de horror, sátira e alegoria, o filme retrata a personagem Tsidi, que é forçada a morar com a mãe, uma trabalhadora doméstica com quem tem uma relação distante e que cuida obsessivamente de sua catatônica ‘senhora’ branca. Após a exibição do filme, haverá debate com as diretoras sul-africanas Jenna Cato Bass e Babalwa Baartman – coprodutora da obra – e com o documentarista Daniel Santiago.

Na terça-feira, dia 12, serão exibidos Câmera da África (Caméra d’Afrique, França/Tunísia, 1983, 100 minutos), de Férid Boughedir, às 16 horas, e O Malentendido Colonial (Le Malentendu Colonial, Camarões/França/Alemanha, 2004, 75 minutos), de Jean-Marie Teno, às 19 horas. Câmera da África utiliza trechos de filmes, entrevistas com cineastas e imagens raras para relembrar os primeiros 20 anos do novo cinema de autor da África subsaariana. Já O Malentendido Colonial aborda a relação entre a colonização e os missionários europeus no continente africano através de um exame do trabalho das sociedades missionárias alemãs na África, cuja vocação era levar aos pagãos o cristianismo – e por extensão, a cultura europeia e o domínio europeu. “O documentário olha para o evangelismo cristão como o precursor do colonialismo europeu na África, de fato, como o modelo ideológico para a relação entre Norte e Sul ainda hoje. Revela como o colonialismo destruiu crenças e sistemas sociais africanos e os substituiu por europeus como se fossem os únicos caminhos aceitáveis ​​para a modernidade”, destaca texto do Cinusp.

Falando sobre Árvores (Talking About Trees, Sudão/Chade/Catar/Alemanha/França, 2019, 93 minutos), dirigido por Suhaib Gasmelbari, e Você Morrerá aos 20 (Tu Morras à 20 Ans, Sudão/França, 2020, 103 minutos), de Amjad Abu Alala, são as obras previstas para a quarta-feira, dia 13, às 16 e às 19 horas, respectivamente. O primeiro mostra a luta de quatro amantes do cinema para levar a cultura cinematográfica ao Sudão. O segundo é um drama existencial premiado no Festival de Veneza.

Na quinta-feira, dia 14, a Mostra de Cinemas Africanos terá continuidade com mais duas produções: às 16 horas será exibido Apenas Um Movimento (Juste un Mouvement, Bélgica/França, 2021, 111 minutos), com direção de Vincent Meessen e Dialo Blondin Diop – que retrata a trajetória do artista e revolucionário marxista nigeriano Omar Blondin Diop -, e, às 19 horas, será a vez de Cabo de Guerra (Vuta N’Kuvute, Tanzânia/África do Sul/Alemanha/Catar, 2021, 93 minutos), de Amil Shivji, sobre um jovem revolucionário rebelde que se envolve com uma jovem indiana-zanzibar oprimida por um casamento arranjado.

Finalmente, na sexta-feira, dia 15, a mostra se encerra com a exibição, às 16 horas, de Geada de Netuno (Neptune Frost, Estados Unidos/França/Ruanda, 2021, 105 minutos), dirigido por Saul Williams e Anisia Uzeyman, e, às 19 horas, de A Esposa do Coveiro (La Femme du Fossoyeur, Somália/Finlândia, 2021, 82 minutos), com direção de Khadar Ahmed. “No Burundi, um grupo de mineiros fugitivos forma um coletivo anticolonial de hackers, tentando assumir o controle do regime que explora os recursos naturais da região”, informa o Cinusp sobre Geada de NetunoA Esposa do Coveiro retrata um drama familiar que revela as desigualdades sociais na luta por acesso à saúde e à vida na Somália.

Foto: Reprodução/CINUSP

As sessões da Mostra de Cinemas Africanos, do Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp), acontece de 11 a 15 de julho, às 16 e às 19 horas, na sala do Cinusp no Anfiteatro Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, em São Paulo). Grátis. É obrigatório o uso de máscara. Mais informações estão disponíveis no site do Cinusp.


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