O professor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP e colunista da Rádio USP, José Eli da Veiga, está lançando o livro O Antropoceno e a Ciência do Sistema Terra, pela editora 34. A obra trata do Antropoceno, o novo período geológico em que vivemos, no qual o ser humano se tornou o principal vetor de mudanças biogeoquímicas no planeta.
Para abordar o assunto, o especialista passa por temas da biologia evolutiva, da climatologia, do pensamento econômico e da filosofia e discute os pensamentos de grandes nomes, como James Lovelock, Paul Crutzen e Yuval Harari.
Muitos cientistas afirmam que, após o Holoceno, período de estabilidade climática que possibilitou ao Homo Sapiens o desenvolvimento da agricultura e das civilizações, a humanidade teria entrado em uma nova fase geológica: o Antropoceno. Os defensores da nomenclatura apontam para a aceleração de fenômenos como o aquecimento global, a poluição, a destruição de campos e florestas, a acidificação dos oceanos e a perda de biodiversidade para justificar sua definição.
No texto de orelha do livro de Eli da Veiga, Reinaldo José Lopes explica o caminho percorrido na obra e relaciona o termo “Antropoceno” ao conceito de Época do Homem: “Especialistas ainda debatem como (e se) o Antropoceno pode se tornar parte da nomenclatura oficial usada por geólogos do mundo todo. A maioria dos defensores da ideia hoje parece preferir que o início do Antropoceno seja definido pelos testes nucleares de meados do século 20. O livro é, em parte, a crônica dos debates e das indefinições acerca de tal terminologia”.
O professor discute ainda parâmetros epistemológicos para a Ciência do Sistema Terra. Essa nova ciência deve integrar ciências humanas e biológicas em prol da segurança, justiça e sustentabilidade.
O lançamento de O Antropoceno e a Ciência do Sistema Terra ocorre no dia 28 de março, das 10h às 13h, no auditório da Unibes Cultural, em São Paulo. O evento faz parte da agenda oficial da Hora do Planeta 2019 da WWF-Brasil. José Eli da Veiga participará também de uma palestra sobre a obra, seguida de comentários de Carlos Minc e Sérgio Besserman, no dia 16 de abril, às 17h30, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.